O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ações de um consórcio de estados do Sul e Sudeste do Brasil para se defender no Congresso Nacional de perdas econômicas em resposta aos estados do Norte e Nordeste.
O governador, que é opositor do presidente Lula (PT), relatou que o bloco se chama Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e é presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
A promessa é que os estados atuem em conjunto para frear prejuízos às unidades federativas no Congresso.
“Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, afirmou Zema.
O exemplo de atuação e o foco das atividades será a reforma tributária, que vai ser analisada no Senado, ainda segundo Zema. Para ele, os estados do sudeste sempre vão estar em desvantagem.
“Temos feito o mesmo trabalho com o senadores de nossos Estados e o que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”, disse o governador de Minas.
“Está sendo criando um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década.”
Aprovada em julho pela Câmara, a reforma chegou ao Senado Federal, onde começará a tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
O número de brasileiros que vivem na pobreza ou na extrema pobreza teve crescimento recorde em 2021, conforme relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A situação é grave nas regiões Norte e Nordeste: “com exceção de Rondônia e Tocantins, a incidência da pobreza nessas regiões atingiu mais de 40% de suas populações em 2021”, escreveu o IBGE.
Por Redação do Jornal de Brasília
Foto: Agência Brasil / Reprodução Jornal de Brasília