A pesquisa para a produção da vacina começou em novembro de 2020. A expectativa é que a SpiN-Tec seja uma “pancoronavírus”, ou seja, que consiga defender o organismo contra todas as variantes da doença.
A SpiN-Tec, primeira vacina contra Covid-19 produzida com tecnologia totalmente brasileira, começou a ser testada nesta sexta-feira (25) em humanos pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), instituição responsável pelo desenvolvimento do imunizante.
A pesquisa para a produção da vacina começou em novembro de 2020. A expectativa é que a SpiN-Tec seja uma “pancoronavírus”, ou seja, que consiga defender o organismo contra todas as variantes da doença. A chegada ao mercado deverá ocorrer em 2024.
“Incluímos no imunizante uma proteína que não muda de variante para variante. Por isso, a nossa expectativa é que a vacina seja ‘pancoronavírus’, reconhecendo as diferentes variantes”, explicou o pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Ricardo Gazzinelli, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da SpinN-Tec.
O anúncio dos testes em humanos ocorreu na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte. O primeiro voluntário a receber a dose da vacina nessa etapa do desenvolvimento do imunizante foi o aluno de mestrado em microbiologia da universidade João Vítor Rodrigues Pessoa Carvalho, 24.
“Acredito ser meu dever como cidadão”, disse o estudante, para justificar a participação no programa de voluntários. A dose foi aplicada pelo secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), Marcelo Morales.
Antes dos testes em humanos, a vacina passou por provas pré-clínicas realizadas em laboratório e em animais. Segundo a UFMG, nas fases anteriores houve confirmação da eficácia e segurança do imunizante.
A etapa que envolve testes em humanos será realizada em três fases. A primeira, iniciada nesta sexta, terá 72 voluntários. A segunda, 360. Todos são de Belo Horizonte. A terceira fase terá a participação de 4.000 a 5.000 voluntários de todo o Brasil, a partir de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O financiamento da vacina conta com recursos do MCTI, Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e da Prefeitura de Belo Horizonte. O montante total é de aproximadamente R$ 500 milhões para todas as etapas do desenvolvimento do imunizante. “A ciência precisa de de apoio financeiro”, disse a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Paulo Alvim, participou do anúncio do início dos testes do imunizante em humanos. “É uma vacina brasileira, feita por brasileiros e que chegará ao mercado por brasileiros”, discursou. O ex-ministro da pasta Marcos Pontes, eleito senador por São Paulo, também esteve na Faculdade de Medicina da UFMG para o anúncio dos testes em humanos.
Por FolhaPress
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil / Reprodução Jornal de Brasília