Açaí dá no cerrado? No Circuito da Fruticultura organizado pela Emater na AgroBrasília 2023, extensionistas da empresa vão mostrar que é possível cultivar no DF um dos frutos mais tradicionais da região Norte. Além disso, no espaço haverá demonstração de plantio consorciado da palmeira com abóbora-rasteira, banana e feijão-de-porco, tradicionalmente usado como adubo verde, entre outras novidades. As tecnologias serão apresentadas durante a maior feira de agropecuária do Centro-Oeste, que começa nesta terça-feira (23) e segue até sábado (27), no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado no PAD-DF.
A Emater e a Embrapa Cerrados têm desenvolvido parcerias para fortalecer o Programa Rota da Fruticultura, que visa transformar a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) como uma das maiores produtoras de frutas do país, com o foco no desenvolvimento de novas tecnologias e cultivares de açaí, mirtilo e frutas vermelhas.
“O açaí atualmente está sendo consumido no mundo inteiro, tanto pelo sabor quanto pelas propriedades nutricionais e diversidade de consumo da polpa, como o sorvete e o suco. Dessa forma, nós acreditamos que investir nessa cadeia é uma opção de renda e geração de emprego para os produtores”Cleison Duval, presidente da Emater
Dentro do programa, no final de 2022, um grupo formado por cerca de 100 produtores organizados em associações ou cooperativas receberam mudas de duas variedades de açaí desenvolvidas pela Embrapa para o Cerrado, BRS Pará e BRS Pai d’Égua. Esses agricultores receberão a orientação técnica da Emater durante todo o processo de produção.
O presidente da Emater, Cleison Duval, acredita que a possibilidade de cultivo do açaí no DF será uma das grandes atrações da AgroBrasília. “O açaí atualmente está sendo consumido no mundo inteiro, tanto pelo sabor quanto pelas propriedades nutricionais e diversidade de consumo da polpa, como o sorvete e o suco. Dessa forma, nós acreditamos que investir nessa cadeia é uma opção de renda e geração de emprego para os produtores”, disse.
Cultivo consorciado
O Circuito da Fruticultura também vai destacar as principais vantagens do cultivo consorciado, que passa pela economia com mão de obra e insumos, maior aproveitamento da irrigação e maior quantidade de produtos por área, proporcionando maior retorno financeiro.
O cultivo de pitaya, planta rústica que requer pouco manejo e tem se mostrado uma boa alternativa para agricultura familiar pelo preço da fruta, também será mostrado. O agrônomo responsável pelo Circuito de Fruticultura da Emater na AgroBrasília, Daniel Rodrigues, argumenta que a produção de frutíferas é muito expressiva no DF, com uma área plantada de 1.618 hectares, em 2022.
“Nós produzimos mais de 30 mil toneladas de frutas no ano passado. Essa produção fica praticamente toda na região, por isso, incentivamos e mostramos novas tecnologias de plantio, manejo, irrigação, adubação. Durante a feira, o produtor poderá ver alternativas para a produção de frutas com mais qualidade e baixo custo; e, pensando nisso, estimulamos o uso de diversos bioinsumos, como adubação verde, uso de pós de rocha e multiplicados onfarm [micro-organismos benéficos produzidos na propriedade para uso nas lavouras]”, explica Daniel.
Circuitos temáticos
Durante a AgroBrasília, extensionistas da Emater estarão recebendo os convidados e mostrando todas as tecnologias dos sete circuitos. Ao todo, os visitantes poderão conhecer as principais tecnologias nos seguintes espaços temáticos: Floricultura associada ao turismo, Olericultura, Avicultura, Aquicultura, Fruticultura, Bovinocultura e saneamento rural e Segurança alimentar e nutricional. Haverá ainda orientações sobre gestão ambiental, o Galpão do Produtor – onde o público poderá comprar diretamente de produtores locais – e técnicos disponíveis para sanar dúvidas sobre crédito rural.
*Com informações da Emater
Por Agência Brasília
Foto: Divulgação/Emater / Reprodução Agência Brasília