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segunda-feira, maio 19, 2025

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Três associações do DF são investigadas por desvios do INSS

Três entidades com sede no Distrito Federal estão entre as investigadas na fraude...

Três entidades com sede no Distrito Federal estão entre as investigadas na fraude contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) estão na mira da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), em meio à apuração sobre o esquema que movimentou R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.

Segundo o relatório da PF, a Conafer apresentou crescimento exponencial em número de associados. Em dezembro de 2021, eram 231.242; em dezembro de 2022, passou para 443.754, e, em dezembro de 2023, o número era de 641.454 filiados.

O relatório também destacou o aumento da arrecadação. Em dezembro de 2021, a Conafer havia recolhido R$ 54 milhões; em 2022, R$ 93,5 milhões; saltando para R$ 202,3 milhões em dezembro de 2023.

No caso da CBPA, a auditoria da CGU revelou que a entidade não apresentou qualquer documentação válida que comprovasse o vínculo dos segurados com a associação. No relatório não existem registros de filiados nos anos de 2021 e 2022. O único registro é de dezembro de 2023, que consta 341.439 filiados.

Já a Contag, entre 2019 e 2024, arrecadou mais de R$ 2 bilhões por meio de descontos nos benefícios de mais de 1,3 milhão de aposentados e pensionistas.

Além das confederações, o relatório da PF revela a existência de mais quatro empresas de fachada também com sede na capital federal que eram utilizadas para movimentação dos valores arrecadados.

Todas foram registradas com capital social mínimo de R$ 10 mil, mas movimentaram altos valores. E ainda compartilham endereços comerciais, sócios e estruturas jurídicas na capital federal. Conforme as apurações, um dos principais operadores do grupo, Antonio Carlos Camilo Antunes, chamado “Careca do INSS” adquiriu um imóvel de R$ 3,3 milhões no Lago Sul, e a suspeita é de ter sido pago com recursos desviados do INSS. A defesa dele nega qualquer irregularidade.

Defesa

Correio entrou em contato com a Conafer e com a CBPA, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Em nota, a Contag afirmou, nesta quarta-feira, que fez duas denúncias ao INSS sobre os descontos indevidos e práticas abusivas contra aposentados e pensionistas rurais.

A entidade alegou que não praticou nenhuma irregularidade em relação ao processamento de descontos de mensalidades associativas nos benefícios previdenciários e que possui todos os documentos sobre a autorização de aposentados para os descontos.

“Documentos que atendem aos critérios de legalidade estabelecidos pelo INSS foram encaminhados em sua totalidade pela Contag à autarquia, comprovando que o desconto da mensalidade associativa foi autorizado por todos os aposentados e pensionistas associados aos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais filiados ao Sistema Confederativo Contag”, informou.

Por Vanilson Oliveira e Luana Patriolino do Correio Braziliense

Foto: Divulgação/INSS / Reprodução Correio Braziliense

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