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Segurança do DF apresenta estudo sobre padrão imitativo em feminicídios em seminário nacional no Recife

Representantes da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF) da Secretaria...

Representantes da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF) da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) participaram, nesta sexta-feira (8), da XIX Jornada Lei Maria da Penha. O evento foi promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Recife (PE). Na ocasião, foram apresentados os primeiros resultados de um estudo inédito que analisa indícios de um possível padrão imitativo — conhecido como efeito copycat — em casos de feminicídio no Distrito Federal.

O convite para a exposição partiu do CNJ para integrar a programação da oficina Lei Maria da Penha e os Desafios para a Segurança Pública, que contou com a presença de especialistas de diferentes instituições. A CTMHF foi representada por seu coordenador, Marcelo Zago. O evento contou com a presença de autoridades do Judiciário e especialistas na área.

Câmara Técnica

“É muito significativo que o trabalho desenvolvido no DF esteja sendo apresentado em outros estados”, comemorou o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar. “Isso fortalece nossas estratégias de segurança e abre caminho para que outras unidades da Federação também adotem modelos baseados em evidências para prevenção qualificada. A atuação da SSP, por meio da Câmara Técnica, demonstra como a integração entre análise de dados e formulação de políticas públicas pode impactar diretamente a vida de mulheres e meninas em todo o país.”

A pesquisa conduzida pela Câmara Técnica analisa um conjunto de 925 registros oficiais, entre 2015 e 2025, abrangendo 230 feminicídios consumados e 695 tentados. Os dados apontam um aumento médio de 13,45% nas tentativas de feminicídio nos três meses seguintes a picos de casos consumados. Apesar de ainda não haver comprovação estatística significativa, os achados sugerem a necessidade de estudos mais robustos para verificar a existência do fenômeno.

“Esses dados indicam um padrão que merece atenção: após grandes picos de feminicídio, observamos crescimento nas tentativas”, avaliou Marcelo Zago. “É a primeira etapa de um processo investigativo complexo, e nosso objetivo é aprofundar a análise antes de qualquer conclusão definitiva.”

Modelo da pesquisa

A CTMHF propõe uma nova abordagem metodológica que combina ferramentas de inteligência computacional com análise estatística: web scraping (extração de dados) de notícias, análise de sentimento, modelagem de séries temporais e variáveis midiáticas serão incorporadas ao estudo.

“Ao integrar dados de mídia e técnicas estatísticas mais sofisticadas, poderemos entender melhor se — e como — a cobertura jornalística influencia novos episódios de violência contra a mulher”, detalhou Zago.

Criada pela SSP-DF, a CTMHF consolida bases criminais, produz estudos estatísticos e subsidia políticas públicas para a prevenção de homicídios e feminicídios. A participação na jornada reforça o compromisso em transformar dados e evidências em ações concretas, ampliando o alcance das estratégias de prevenção e o enfrentamento à violência de gênero.

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública

Por Revista Plano B

Fonte Agência Brasília

Foto: Divulgação/SSP-DF

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