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Réu por tentativa de golpe, Bolsonaro volta a falar em fraude e defende voto impresso

Pouco depois de ter se tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de...

Pouco depois de ter se tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro requentou alegações de fraude e voltou a defender o voto impresso ao criticar decisão da Corte que barrou a adoção do mecanismo no Brasil. Em pronunciamento nesta quarta-feira (26/3), Bolsonaro argumentou que o sistema eleitoral deveria oferecer uma alternativa física ao registro eletrônico dos votos e questionou a confiabilidade dos atuais processos de auditoria.

“Eu estava sozinho na defesa do voto impresso. Eu sou obrigado a confiar em um programador? Eu confio na máquina, mas não sou obrigado a acreditar em um programador”, declarou o ex-presidente, sugerindo que o sistema eleitoral eletrônico não oferece garantias suficientes de sua transparência.

Bolsonaro mencionou ainda uma reunião que teria tido com o ministro Luiz Fux, que, segundo ele, garantiu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava preparado para implementar o voto impresso em 2018, mas enfrentou limitações orçamentárias.

“O TSE tinha tomado todas as medidas para implementar o voto impresso. Ele (Fux) me disse: ‘Por falta de recurso, apenas 5% das seções terão voto impresso’. E eu falei: ‘É uma excelente referência’. É mais um número de eleitores do que uma pesquisa, eu falei: ‘Pulverize as urnas’, ao que ele falou: ‘Já estão pulverizadas’. O TSE começou a preparar, tem um vídeo do ministro Gilmar Mendes e do ministro (Luís Roberto) Barroso elogiando as novas urnas eletrônicas com a impressão do lado”, relatou Bolsonaro.

A decisão citada pelo ex-presidente ocorreu em 2018, quando o Supremo, por 8 votos a 2, suspendeu a adoção do voto impresso, alegando risco à segurança e ao sigilo do eleitor. A ação foi movida pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Auditorias do sistema eleitoral

O TSE realiza diversas auditorias nas urnas eletrônicas para garantir a segurança do processo eleitoral. Antes das eleições, há a fiscalização do código-fonte, permitindo que partidos políticos e instituições especializadas analisem o funcionamento do sistema. Durante a votação, são realizados testes de integridade e autenticidade para verificar se os votos registrados correspondem aos votos contabilizados. Após o pleito, a chamada Votação Paralela simula o funcionamento das urnas em ambiente controlado para comprovar sua confiabilidade.

Apesar dessas medidas, Bolsonaro insiste que o sistema eleitoral brasileiro deveria contar com o registro físico do voto como um mecanismo adicional de auditoria. Como exemplo, citou a Venezuela, onde, segundo ele, a implementação do voto impresso teria sido essencial para a detecção de fraudes na última eleição.

Por Danandra Rocha do Correio Braziliense

Foto:  Ed Alves/CB/DA.Press / Reprodução Correio Braziliense

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