Em sua quarta edição, o Festival de Cultura e Lazer já se consolidou como um evento tradicional no calendário anual do sistema socioeducativo do Distrito Federal, coordenado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). Realizado nesta terça-feira (14), no Espaço Cultural Renato Russo, o evento reuniu mais de 50 adolescentes e jovens com idades entre 12 e 21 anos em cumprimento de medidas socioeducativas. As apresentações e exposições artísticas reforçaram o compromisso com a valorização da cultura, do esporte e do lazer como ferramentas de transformação social.
O tema escolhido para o festival deste ano foi populário brasileiro, ideia escolhida de forma participativa, com base nas respostas ao formulário de avaliação da edição anterior. A proposta foi apontada por 23% dos participantes como sugestão de tema para a nova edição, evidenciando o desejo coletivo de valorizar a cultura popular do país.
Embora pouco utilizado, o termo “populário” remete àquilo que, do ponto de vista moral ou intelectual, pertence ao povo — como o folclore, os saberes e as tradições. Ao adotar esse conceito, o IV Festival de Cultura e Lazer celebrou a diversidade e a riqueza cultural brasileira, servindo de inspiração para as oficinas formativas e para as obras apresentadas, sem impor restrições criativas aos participantes.
Ao longo do dia, o público pôde prestigiar apresentações culturais dos socioeducandos. Pela manhã, se apresentaram os adolescentes vinculados à medida de internação. À tarde, foi a vez dos jovens que cumprem medidas em meio aberto e de semiliberdade. As produções refletiram o olhar desses jovens sobre raízes, vivência e identidade cultural.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de investir em ações que promovam a inclusão e o reconhecimento desses jovens. “Acreditamos que a cultura é um caminho potente de transformação. Quando proporcionamos espaços de escuta, expressão e protagonismo, contribuímos para resgatar a autoestima e abrir novas possibilidades de vida para esses adolescentes”, afirmou a secretária.
Além das apresentações, o festival contou com a abertura de uma exposição de obras plásticas e manualidades, que poderá ser visitada até o dia 19 de outubro no hall e na Galeria Parangolé do Espaço Cultural Renato Russo. As obras foram produzidas ao longo do ano em oficinas e atividades que integram o eixo cultura, esporte e lazer do sistema.
Segundo o subsecretário do Sistema Socioeducativo, Daniel Fernandes, o festival é o reflexo do trabalho contínuo realizado com os adolescentes ao longo do ano. “Esses jovens têm talento, têm voz e têm história. O festival é uma vitrine do esforço diário de nossas equipes em promover desenvolvimento humano por meio da educação e da arte”, destacou Fernandes.
A iniciativa está alinhada aos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), garantindo o acesso à cultura como direito fundamental. A proposta metodológica do festival estimula o protagonismo juvenil, permitindo que os adolescentes se expressem, ampliem seu repertório e encontrem, na arte, uma forma de ressignificar suas trajetórias.
*Com informações da Sejus-DF
Por Revista Plano B
Fonte Agência Brasília
Foto: Divulgação/Sejus-DF