Deve sobrar para o Colégio de Líderes da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) um abacaxi dos grandes. É que os distritais concordaram, em momentos diferentes, conferir títulos de Cidadão Honorário de Brasília ao ministro Alexandre de Moraes e ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também receberia uma homenagem, junto ao marido.
É evidente que os títulos seriam entregues em solenidades diferentes, mas um levantamento informal mostrou que todos eles receberão votos suficientes para a homenagem ser aprovada. Inclusive o presidente Wellington Luiz assumiu postura favorável a ambas as concessões de títulos.
No caso de Alexandre de Moraes, foi signatário ao lado de um oposicionista, o petista Chico Vigilante. Já se sabe que haverá mais polêmicas. Chico Vigilante, por exemplo, pensou em propor que toda concessão de cidadania honorária exija maioria absoluta e não mais relativa, como hoje. É improvável que funcione, pois exigiria mudança de regimento.
Precedentes preocupam
Para complicar, já houve precedentes que prejudicaram as solenidades na Câmara Legislativa. Um deles envolveu o próprio Alexandre de Moraes. Durante solenidade de título de cidadania ao ex-presidente Michel Temer, responsável pela nomeação de Alexandre para o Supremo, houve fortes manifestações contra o ministro.
Quando ele subiu à tribuna para saudar Temer, houve fortes vaias da bancada bolsonarista. É tudo o que o presidente Wellington Luiz não quer. Fica-se, portanto, com o tríplice problema da forma de escolha dos homenageados, da fixação de um calendário e, por fim, do comportamento dos próprios distritais durante a festa.
Por Eduardo Brito do Jornal de Brasília
Foto: Sergio Lima/AFP / Reprodução Jornal de Brasília