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Café da manhã que desinflama: opções para um desjejum saudável

Há alimentos que elevam os mediadores inflamatórios no corpo e, consequentemente, no sangue. Os...

Há alimentos que elevam os mediadores inflamatórios no corpo e, consequentemente, no sangue. Os principais deles são o açúcar e alimentos ultraprocessados. Ao Correio, a nutricionista Maria Fernanda Castioni, mestre em bioquímica e professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), sugere substituir o pão ultraprocessado — rico em farinhas refinadas que se transformam rapidamente em açúcar — por outras fontes de carboidrato. O cuscuz, por exemplo, pode ser enriquecido com linhaça ou aveia.

Frutas in natura com coloração alaranjada, ricas em carotenoides, também são indicadas. Esses pigmentos são anti-inflamatórios e precursores da vitamina A.

“Sucos naturais de laranja, kiwi ou acerola, ricos em vitamina C, ajudam a neutralizar a cascata oxidativa. Outro exemplo de café da manhã seria uma vitamina preparada com iogurte natural (sem açúcar), frutas, aveia e linhaça. Essa combinação é bastante interessante do ponto de vista nutricional”, ressalta.

“Também é possível adicionar azeite ao café da manhã, como gordura saudável — por exemplo, no cuscuz ou mesmo na tapioca, que pode ser enriquecida com aveia para reduzir sua carga glicêmica. Quanto menor essa carga, menor a resposta inflamatória”, acrescenta a nutricionista.

Smoothies e sucos ajudam a desinflamar

Bebidas cremosas conhecidas como smoothies também são uma boa opção. Elas podem ser feitas com polpas de frutas batidas com iogurte natural, acompanhados de granola e frutas cítricas. Além disso, o chá verde é outro aliado importante pela potente ação anti-inflamatória. O suco de uva integral, consumido com moderação, também oferece compostos bioativos com essa mesma ação.

A professora da UCB cita, ainda, frutas como amora, morango, mirtilo, framboesa, uva roxa e cereja, pois são excelentes por conterem antioxidantes com ação anti-inflamatória. “Apesar de serem caras no Brasil, há alternativas acessíveis com propriedades semelhantes, como a ameixa e o repolho roxo. Em geral, alimentos com coloração roxa são interessantes nesse sentido”, diz.

Os vilões para o corpo

Maria Fernanda cita que um dos exemplos mais comuns de alimento inflamatório é o xarope de milho, que é muito presente em refrigerantes, balas e outros produtos ultraprocessados. 

“Alimentos pró-inflamatórios são, em geral, os ultraprocessados — ricos em gorduras adicionadas, açúcares e corantes. Essas substâncias ativam uma cascata inflamatória no corpo. É importante entender que não se trata de uma inflamação visível, como a de um machucado. Estamos falando de uma inflamação crônica e silenciosa, que pode causar aumento da resistência à insulina, dificultar a síntese de massa muscular e elevar a produção de cortisol. Trata-se, portanto, de uma resposta metabólica bastante prejudicial”, explica Maria Fernanda.

Ainda segundo a nutricionista, a inflamação é medida pelo aumento de mediadores inflamatórios presentes no sangue, como a interleucina-6, a proteína C reativa e o TNF-alfa. Para além do açúcar e dos ultraprocessados, o consumo de algumas substâncias consideradas saudáveis também exigem atenção. As gorduras do tipo ômega 6, por exemplo, são consideradas ácidos graxos essenciais — ou seja, devem ser consumidas diariamente — mas, em excesso, também estimulam a produção de mediadores inflamatórios.

“Elas estão presentes em óleos como o de soja e o de milho, muito usados na culinária. Esses óleos, em grandes quantidades, podem aumentar a produção de ácido araquidônico, um ácido graxo essencial, mas que, em excesso, tem ação inflamatória”, cita a professora da UCB.

‘Comida de verdade’ melhora a saúde 

Maria Fernanda frisa que a dieta anti-inflamatória é basicamente composta por “comida de verdade”. Quando o açúcar é consumido na forma natural, como nas frutas, ele vem acompanhado de substâncias bioativas — antioxidantes, carotenoides, bioflavonoides — que ajudam a reduzir a inflamação. 

“Essas substâncias sequestram radicais livres e estimulam a produção de mediadores anti-inflamatórios, cessando a cascata inflamatória. Enquanto os alimentos ultraprocessados aumentam a inflamação, os alimentos naturais, ricos em compostos bioativos, ajudam a combatê-la”, destaca a nutricionista.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense

Foto: Reprodução/Freepik

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