O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 16ª Cúpula dos Líderes dos Brics na próxima semana, entre os dias 22 e 24 de outubro, na cidade de Kazan, na Rússia. O Ministério das Relações Exteriores detalhou, nesta segunda-feira (14/10), quais serão as principais pautas do encontro internacional.
No primeiro dia de evento (22) está previsto um jantar de boas vindas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e outros líderes. No dia seguinte, serão realizadas as plenárias dos dez países membros do grupo – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes – com a participação de algumas nações convidadas.
De acordo com o MRE, foram convidados cerca de 30 países e organizações internacionais. Estão previstas também algumas reuniões bilaterais, mas não foram especificadas quais.
“Os atuais dez países-membros discutirão temas globais como a crise no Oriente Médio, cooperação política e financeira do bloco, receberão relatório sobre o Novo Banco de Desenvolvimento, sobre o Conselho Empresarial dos Brics e da Aliança Empresarial das Mulheres”, afirmou o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.
O principal tema da reunião deverá ser a criação da categoria de “países parceiros”, que foi encomendada no ano passado, na última cúpula dos Brics. Entre os critérios já definidos para o ingresso das novas nações está a defesa da reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), ter relações amigáveis com os membros atuais e não apoiar sanções econômicas sem a autorização da ONU.
Apesar de ocorrer na Rússia, a discussão sobre a guerra com a Ucrânia não tem uma agenda prevista. Ainda de acordo com o Itamaraty, o presidente Vladimir Putin deve ser convidado, assim como todos os outros chefes de Estado que compõem o G20, para o evento que ocorre em novembro, no Rio de Janeiro.
Presidência brasileira
No próximo ano, o Brasil estará na presidência do Brics. Segundo o Itamaraty, as atividades sobre o bloco econômico serão concentradas no primeiro semestre do ano, já que no segundo será realizada a COP-30, em Belém, no Pará.
Na ocasião, o país deve continuar as discussões que estão ocorrendo neste ano como, por exemplo, a redução da dependência do dólar no comércio entre países do bloco.
“[O tema] tem sido tratado nas reuniões de ministros das Finanças e Bancos Centrais, e os nossos representantes nessas reuniões têm trabalhado com muito afinco. Espero que isso continue e certamente continuará na presidência brasileira e estará refletido de alguma forma na declaração de Kazan”, comentou o embaixador brasileiro. A Declaração de Kazan é o documento final que tem os resultados do encontro entre os países que compõem os Brics.
Por Mayara Souto do Correio Braziliense
Foto: BBC Geral / Reprodução Correio Braziliense