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Lula pediu a Trump suspensão da tarifa e aposta em reaproximação com os EUA

Em um esforço para conter os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos,...

Em um esforço para conter os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao presidente norte-americano Donald Trump a suspensão da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros durante as negociações. O apelo foi feito durante um telefonema entre os dois presidentes, realizado em 6 de outubro, e foi confirmado neste domingo (12) pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, durante agenda em Aparecida (SP).

“O pedido do presidente Lula foi que, enquanto negocia, suspenda os 40%. Esse foi o pleito”, relatou Alckmin, que governo brasileiro busca um entendimento diplomático com Washington.

A ligação marca uma tentativa de reaproximação entre os dois países, após a decisão de Trump de impor uma tarifa de 40% sobre exportações brasileiras, medida que atingiu em cheio setores como o agronegócio, a metalurgia e a indústria de máquinas.

Diálogo cordial e “química” entre os líderes

Durante a conversa, Lula e Trump adotaram um tom amistoso. O presidente brasileiro relatou, em evento em Maragogipe (BA), que o norte-americano se mostrou aberto ao diálogo.

“O presidente Trump, que parecia o inimigo número um, me telefonou na segunda-feira e disse: ‘Lulinha, pintou uma química entre nós. Vamos conversar, vamos discutir’. E é bom que pinte mesmo”, contou Lula, em tom descontraído na última quinta-feira (9).

Segundo interlocutores do Planalto, a ligação, que durou cerca de 30 minutos, foi considerada positiva e pode abrir caminho para um encontro presencial entre os dois líderes ainda neste ano — possivelmente durante a Cúpula da Asean, na Malásia, ou em uma viagem oficial de Lula aos Estados Unidos.

Marco Rubio comandará tratativas em Washington

Após o telefonema, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações com o Brasil. Do lado brasileiro, participam o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Na próxima sexta-feira (17), Vieira deve se reunir com Rubio em Washington, em um encontro que também abordará as sanções impostas a autoridades brasileiras, como as previstas pela Lei Magnitsky e a revogação de vistos.

Alckmin afirmou acreditar em avanços. “A orientação do presidente Trump foi muito clara. Nós queremos fazer um diálogo e entendimento. E o Brasil sempre defendeu isso”, disse.

Impactos econômicos e expectativa do governo

As tarifas norte-americanas começaram a valer em 1º de agosto de 2025 e somam uma sobretaxa de 40% à alíquota já existente de cerca de 10%, resultando em uma taxação total próxima de 50%. A Casa Branca justificou a medida com base em “preocupações sobre direitos humanos e estabilidade institucional no Brasil” — argumento contestado pelo Itamaraty.

Segundo dados do governo brasileiro, 42% das exportações para os EUA ficaram fora do tarifaço, mas cerca de 34% dos produtos seguem diretamente afetados, principalmente carnes, café, maquinário e equipamentos industriais.

A equipe econômica avalia que o impacto sobre o PIB será moderado, com redução estimada em 0,2 ponto percentual até o fim de 2026.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense

Foto: Correio Braziliense

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