Rio de Janeiro — O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, afastou a possibilidade do corte de gastos a ser anunciado pelo governo federal afetar o combate à fome e à pobreza no país. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa na Cúpula do G20, nesta segunda-feira (18/11), na capital carioca.
“Nenhum passo para trás”, disse enfático o ministro. “Antes de virmos para o Rio, o presidente Lula deixou claro o seu compromisso e ele quer que o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) prossiga no plano de localizar quem ainda está em insegurança alimentar e não alcançamos”, acrescentou.
Dias falou, no entanto, que o presidente está cobrando a continuidade de fiscalização nas fraudes dos beneficiários. “O MDS vai contribuir reduzindo em 2025 cerca de R$ 2 bilhões com eficiência no combate à fraude e na redução da pobreza”, frisou.
“O equilíbrio fiscal é importante para os pobres porque ajuda no controle da inflação, ajuda a ter juros baixos, ter maior capacidade de investimento. Está correto os ministros Fernando Haddad (da Fazenda), Simone Tebet (do Planejamento) e Rui Costa (da Casa Civil) caminharem nessa direção. Porém, não haverá corte de quem tem direito ao Bolsa Família, a mesma coisa o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e outros programas sociais”, garantiu o ministro.
Pacote está sendo formulado
O governo federal planeja um corte de gastos em várias pastas do governo, como Educação, Saúde, Trabalho e Defesa. O ministério de Wellington Dias chegou a participar de uma das reuniões de corte de gastos com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, mas, ao que parece, foi poupado.
Lula já realizou série de reuniões no Palácio do Planalto sobre o assunto desde a segunda quinzena do mês passado. No entanto, o pacote ainda não parece ter chegado a um acordo. A expectativa é que ele fosse anunciado antes da realização do G20, o que não aconteceu. As conversas devem ser retomadas após a visita do presidente da China, Xi Jinping, a Brasília, na próxima quarta-feira (20).
Por Mayara Souto do Correio Braziliense
Foto: Mauro Pimentel/AFP / Reprodução Correio Braziliense