Mulheres com medidas protetivas terão acesso ao Passe Livre no transporte público do Distrito Federal. A novidade foi anunciada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) durante a inauguração do Centro de Referência da Mulher Brasileira, na manhã desta terça-feira (6/5), no Recanto das Emas.
A ideia é facilitar o acesso das vítimas, principalmente em momentos de vulnerabilidade, aos serviços da Secretaria da Mulher e aos centros de acolhimento. “É uma forma de garantir que essas mulheres possam acessar os serviços em um momento que pode ser de reconstrução de suas vidas”, destacou o chefe do Executivo. O decreto, com mais detalhes da medida, deve ser publicado nos próximos dias.
A medida também vai garantir o acesso continuado aos tratamentos ofertados pelas unidades do DF. “O atendimento psicossocial oferecido nas nossas unidades não acontece em um dia, ele tem uma sequência ao longo das semanas. Muitas mulheres falavam que não tinham dinheiro para pagar a passagem para dar andamento, porque o tratamento é de, no mínimo, 12 encontros. Elas começavam participando e depois acabavam abandonando por essa questão. Essa nova medida vem para solucionar esse problema”, detalhou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.
Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade, reforçou que o acesso estará disponível em todas as linhas de ônibus e metrô do DF. “Trata-se de uma medida do governador Ibaneis Rocha de grande importância para o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, garantindo a elas o acesso ao transporte público coletivo, de forma que possam se deslocar mais facilmente para acessar os serviços públicos de saúde, segurança e assistência que precisarem buscar”, disse.
Saúde mental
Também nesta terça, o governador assinou a ordem de serviço para a construção do novo Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) no Recanto das Emas. O espaço visa oferecer suporte terapêutico e promover a reinserção social de crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes — incluindo casos relacionados ao uso problemático de substâncias psicoativas. Além disso, o CAPSi objetiva fortalecer vínculos afetivos e sociais e contribuir para a construção de projetos de vida.
“Primeiro criamos uma subsecretaria para o atendimento das pessoas com problemas psiquiátricos e agora a gente tem que levar cada vez mais CAPSi para fazer o atendimento de crianças e jovens que sofreram muito depois da pandemia com o afastamento social”, comentou Ibaneis Rocha. “Com a covid-19 houve um enorme crescimento das doenças mentais e nós, hoje, temos de fortalecer essa questão da saúde. Então a construção desse CAPSi vai ser um avanço para a população do DF”, acrescentou o secretário de Saúde, Juracy Cavalcante.
A unidade vai acolher crianças e adolescentes de 0 a 18 anos incompletos com sofrimento psíquico intenso e duradouro, além de jovens com até 16 anos incompletos com histórico de uso abusivo de álcool e outras drogas. O atendimento também vai se estender às famílias, a fim de que esta reconheça a importância do apoio familiar neste processo.
O acesso pode ser feito por encaminhamento das redes de saúde, hospitais, assistência social, educação, sistema sociojurídico ou por demanda espontânea. Para o atendimento, é necessário apresentar documento de identidade do responsável, comprovante de residência e o Cartão do SUS.
Por Letícia Mouhamad do Correio Braziliense
Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press / Reprodução Correio Braziliense