O mercado imobiliário e o impacto da Reforma Tributária no setor foram temas abordados por Roberto Botelho, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI-DF), durante o CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quarta-feira (18/06). Ele ressaltou a importância do voto dos parlamentares contra as medidas propostas.
Botelho avaliou que foi acertada a decisão dos parlamentares, de rejeitar, na reforma tributária, os vetos sobre a isenção dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). “Tirar a isenção iria prejudicar todos os brasileiros que compram imóveis, não só quem está na cobertura”, comentou. Ele destacou a importância dos fundos imobiliários e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). “Essas ferramentas foram criadas para serem isentas, possibilitando mais competitividade às taxas de financiamento e reduzindo o tempo necessário para realizar o pagamento”, disse.
Outro ponto abordado durante a entrevista foi o modo como a taxa Selic influencia o mercado imobiliário. “A taxa a 14,75% é muito elevada para qualquer negócio no Brasil. Quando o Estado resolve gastar mais, sem uma disciplina fiscal, anula parte do poder que os juros têm. Isso gera uma grande recessão e uma dívida superelevada para pagar no futuro”, afirmou.
Segundo Botelho, o alto valor da Selic impacta a poupança, deixando-a menos competitiva. Como ela é um dos financiadores do setor, o presidente da ADEMI-DF avalia que esse é um fator de preocupação. “Chamamos de funding esses recursos que vão financiar as construções e o comprador final. Quando o funding diminui, por causa dos juros elevados, é necessário cortar de outras fontes, como os LCIs”, explicou.
* Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Bruna Gaston CB/DA Press