O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou ter procurado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a fim de pedir autorização para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajasse aos Estados Unidos com o objetivo de negociar diretamente com Donald Trump a suspensão da sobretaxa imposta a produtos brasileiros.
“Não houve isso”, afirmou o governador à CNN.
A informação sobre a suposta articulação partiu de interlocutores do Judiciário, mas foi rebatida pelo governador.
Segundo Tarcísio, não houve qualquer contato com ministros da Corte sobre o tema, tampouco pedido para interceder pela liberação do passaporte de Bolsonaro, que segue apreendido por decisão do STF no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
A declaração do governador ocorre após reportagem indicar que ele teria feito um apelo “surpreendente” a magistrados da Suprema Corte, defendendo que Bolsonaro poderia convencer Trump a recuar da taxação de 50% sobre produtos brasileiros — medida anunciada na última quarta-feira (9).
A medida foi justificada por Trump como uma resposta ao julgamento de Bolsonaro no STF, classificando o caso como uma “vergonha internacional”.
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil não aceitará retaliações políticas e prometeu reagir com base na Lei de Reciprocidade Econômica. O governo brasileiro tem discutido, em reuniões com ministros e empresários, estratégias para mitigar os efeitos do tarifaço.
Repercussões
O PT acionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, nesta sexta, pedindo que seja apurada a atuação de Tarcísio no caso.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), por sua vez, acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) pedindo a investigação do governador.
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP