A cirurgia sinusal é mais eficaz do que antibióticos no tratamento da rinossinusite crônica, de acordo com um estudo liderado pela Universidade College London (UCL), no Reino Unido, publicado na revista The Lancet. A sinusite é uma doença caracterizada por sintomas como entupido e escorrendo, perda do olfato, dor facial, cansaço e agravamento de problemas respiratórios, como asma. Muitas vezes, assemelha-se a um resfriado forte, mas pode durar meses ou até anos. No Brasil, houve 13.731 internações entre 2019 e 2023, segundo o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mais de 500 pacientes do Reino Unido participaram do estudo, e todos usaram esteroides nasais e bochechos com solução salina como parte dos cuidados habituais — ambos comprovadamente eficazes para a condição. Os pesquisadores descobriram que a cirurgia foi eficaz no alívio dos sintomas da sinusite, e os voluntários que fizeram o procedimento ainda se sentiam melhor seis meses depois. Dos que se submeteram à operação, 87% afirmaram que sua qualidade de vida havia melhorado no período.
Um tratamento de três meses com antibióticos em baixas doses não se mostrou útil, pois não houve diferença significativa nos resultados entre aqueles que receberam esses medicamentos e aqueles no braço placebo do estudo. “Esperamos que nossas descobertas ajudem a reduzir o tempo de tratamento dos pacientes. A simplificação dos procedimentos clínicos ajudará a reduzir consultas e consultas desnecessárias e a economizar recursos de saúde”, comentou o principal autor, Carl Philpott, da Escola Médica de Norwich da Universidade de East Anglia.
Evidência
Segundo os autores, até agora não havia evidências em forma de estudo que mostrassem que a cirurgia sinusal funciona melhor do que o tratamento médico. “Aqui, fornecemos evidências robustas de que a cirurgia é um meio eficaz para tratar a rinossinusite crônica quando os tratamentos locais falharam, o que deve ser uma boa notícia para o grande número de pessoas com a doença”, comentou a coautora Anne Schilder, da UCL.
A rinossinusite crônica faz com que os espaços dentro do nariz e da cabeça, chamados seios da face, fiquem inflamados e inchados. Essa condição comum impede a drenagem do muco, causando congestão nasal nos pacientes. Pessoas que sofrem do problema têm dificuldade de respirar pelo nariz e essa é a principal causa subjacente da perda do olfato na população em geral.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: LASinus/Divulgação