Nos últimos meses, os bebês reborn — completos com maternidades, enxovais e até creches em miniatura — têm ganhado destaque nas redes sociais, conquistando fãs por todo o Brasil.

Essas bonecas artesanais impressionam pelo realismo, reproduzindo com grande fidelidade a aparência, o peso e os detalhes característicos de um bebê humano verdadeiro.

O preço médio das bonecas reborn varia de R$ 300 a R$ 1.500 para modelos intermediários, enquanto as versões mais sofisticadas, feitas em silicone sólido e acompanhadas de acessórios exclusivos, podem ultrapassar os R$ 9.500.

Para aqueles que desejam uma opção mais acessível, existem modelos simples a partir de R$ 112, atendendo a diferentes públicos e necessidades.

Origem e evolução das bonecas reborn
A técnica de criação das bonecas reborn surgiu após a Segunda Guerra Mundial, em um contexto de escassez de suprimentos e necessidade de reinventar brinquedos para trazer esperança às crianças.

O nome “reborn”, que significa “renascido” em inglês, reflete a ideia de dar nova vida às bonecas antigas por meio de técnicas artesanais e artísticas.

Com o passar das décadas, o processo foi aperfeiçoado, ganhando destaque mundial a partir dos anos 1990.

Desde então, as bonecas reborn passaram a ser produzidas com materiais e técnicas que garantem um realismo impressionante, alcançando um nicho de colecionadores exigentes e profissionais que utilizam essas bonecas para fins terapêuticos.

Características que tornam os bebês reborn tão realistas
O apelo das bonecas reborn está no grau de detalhamento, que inclui:

Textura da pele: pintada em várias camadas com tintas especiais que reproduzem veias, manchas e dobras típicas de um recém-nascido.

Cabelo implantado fio a fio: pode ser cabelo humano, lã de ovelha ou fios sintéticos cuidadosamente aplicados para parecer natural.

Peso e toque: o corpo é preenchido com materiais que conferem peso e maciez, simulando a sensação real de segurar um bebê.

Olhos realistas: implantados manualmente, feitos em acrílico, vidro ou silicone, com cores e formatos variados.

Acessórios personalizados: roupinhas, mamadeiras, chupetas, fraldas e até certidões de nascimento que reforçam o realismo e a identidade da boneca.

Como é o processo artesanal de fabricação
A produção de um bebê reborn envolve várias etapas detalhadas, que podem levar semanas ou até meses para serem concluídas, dependendo do nível de personalização:

Montagem do corpo: as partes do corpo (cabeça, mãos, pernas) chegam em kits desmontados, feitas em vinil ou silicone, e são montadas sobre um corpo macio recheado com fibras e areia para dar peso.

Pintura minuciosa: várias camadas de tinta não tóxica são aplicadas para reproduzir fielmente a pele, fixadas em fornos halógenos para garantir durabilidade.

Implantação de cabelo: fio a fio, com grande cuidado para garantir naturalidade e fixação.

Detalhes finais: cílios, sobrancelhas, unhas pintadas, aplicação dos olhos e finalização com acessórios que completam o visual do bebê.

Quanto custa um bebê reborn?
Os bebês reborn podem ser feitos em vinil, silicone ou uma combinação dos dois, sendo que o silicone sólido é considerado o material mais sofisticado por sua textura e aparência realistas.

O preço varia muito conforme a técnica e o material utilizado:

Modelos simples: a partir de R$ 112, com menor detalhamento e materiais mais básicos.

Modelos intermediários: entre R$ 300 e R$ 1.500, com bons níveis de realismo e detalhes artesanais.

Modelos avançados: até R$ 9.500, com silicone sólido, pintura detalhada, cabelos naturais e acessórios exclusivos.

Uso terapêutico dos bebês reborn
Além do apelo para colecionadores, as bonecas reborn têm sido adotadas em diversas terapias:

Idosos com Alzheimer ou demência: auxiliam na redução da ansiedade e promovem sensação de cuidado e companhia.

Pessoas em processo de luto: ajudam a lidar com perdas, especialmente a de filhos.

A influência das redes sociais no crescimento do mercado
As bonecas reborn conquistaram espaço nas redes sociais graças ao seu realismo impressionante, que vai muito além da aparência.

Com traços detalhados, textura de pele semelhante à de um bebê real e peso próximo ao de recém-nascidos, essas bonecas provocam uma resposta emocional intensa em quem as acompanha. Essa semelhança cria uma conexão afetiva que mistura admiração e curiosidade, além de gerar debates e polêmicas sobre a relação entre as pessoas e esses objetos hiper-realistas.

O fenômeno ganhou força com a participação de influenciadores digitais e celebridades, que passaram a documentar suas rotinas com os bebês reborn. Vídeos que mostram trocas de fralda, passeios, celebrações de aniversários e até simulações de partos atingem milhões de visualizações, ampliando o alcance desse universo.

Além do ambiente virtual, o hobby dos bebês reborn ganhou vida também em encontros presenciais. Colecionadores e “pais” e “mães” dessas bonecas se reúnem para socializar, trocar dicas e celebrar juntos.

Em parques e espaços públicos, é comum a realização de festas de aniversário para os reborns, com presentes, lembrancinhas e muita interação. Essas ocasiões fortalecem o senso de comunidade e destacam a importância emocional que esse fenômeno representa para os envolvidos.

Por Da Redação

Foto: Dasril Roszandi/Anadolu Agency /Getty Images / Reprodução Exame.