Os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal realizaram, na manhã desta quarta-feira (23/4), uma assembleia-geral nos gramado da Funarte. Durante as votações, foi definido que, a partir do diálogo com o governo, marcado para os dias 6 e 20 de maio, será decretada, ou não, a greve geral da classe para o dia 27 do mesmo mês.
Entre as principais reivindicações estão a reestruturação da carreira, a convocação de professores aprovados em processos seletivos para assumir cargos e o reajuste salarial. Para a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Márcia Gilda, há também outras demandas por parte dos educadores.
“Nós temos outros pontos, que é a progressão vertical também, incorporação de gratificações, por exemplo, de ensino especial, porque hoje a educação é inclusiva. Todos nós temos o desafio de oferecer uma boa educação inclusiva e garanti-la aos nossos estudantes”, pontuou a professora, que faz parte da Comissão de Negociação.
Para o professor de história Pedro de Carvalho, 40 anos, falta um projeto para a educação do DF, que tem sido restrito ao ensino privado. “O projeto que tenho visto, nacionalmente, tem sido setorial e não abrange a educação pública, ao menos do DF”, diz.
Em concordância, a pedagoga e professora de matemática Gerlane Ataídes, 45, afirma que maioria dos contratos apresentam condições precarizadas de trabalho, cuja remuneração está em defasagem em relação à inflação.
“Os professores acabam tirando recursos próprios para poder fazer com que as coisas aconteçam. Não há uma valorização e respeito do governo em relação ao desenvolvimento da educação e ao desenvolvimento acadêmico da nossa classe”, destaca Gerlane.
Ao Correio, a Secretaria de Educação afirma que mantém uma mesa permanente de diálogo com o Sinpro-DF para tratar de pautas da categoria. “Sobre a paralisação desta quarta-feira (23), as aulas serão repostas. Em caso de paralisações ou suspensões de aulas, a Secretaria realiza a reposição conforme o calendário escolar, garantindo os 200 dias letivos e evitando prejuízos aos estudantes”, diz, em nota.
Por Bruna Pauxis do Correio Braziliense
Foto: Bruna Pauxis/CB/DA Press / Reprodução Correio Braziliense