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PGR pede ao STF a condenação dos réus do núcleo 4 do plano golpista

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu nesta quarta-feira (3) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação dos...

PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu nesta quarta-feira (3) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação dos integrantes do chamado “núcleo quatro” do processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.

O grupo é relativo à área que trata da disseminação de notícias falsas sobre urnas eletrônicas que teriam, segundo a Procuradoria, resultado nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“O documento aponta que os acusados agiram em coordenação com o núcleo central da organização criminosa, concentrando a produção e disseminação de notícias falsas contra os mesmos alvos apontados publicamente com o objetivo de enfraquecer as instituições democráticas perante a população”, diz o comunicado.

Os réus serão julgados dentro da ação penal 2694, que compõe o “núcleo da desinformação dos atos antidemocráticos”. Eles teriam utilizado a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para divulgar notícias falsas sobre o sistema eleitoral.

A nota divulgada pela PGR também acrescenta que a denúncia é baseada em documentos que teriam sido produzidos pelos próprios membros do grupo, com fatos que teriam sido “praticados publicamente”, como planos apreendidos, bens públicos destruídos e diálogos comprovados.

Quem compõe o núcleo 4

chamado “núcleo 4” da trama golpista é composto por sete réus. Eles prestaram depoimento ao Supremo em julho deste ano.

Veja quem são e qual teria sido a atuação de cada um, segundo a Procuradoria-Geral da República:

Ailton Barros

Ailton é ligado a Bolsonaro e foi expulso do Exército em 2006. Em 2022, se autointitulou o “01 de Bolsonaro” na campanha a deputado federal pelo PL.

Investigação da PF (Polícia Federal) apontou que o militar reformado descreveu planos golpistas e teria pressionado o então ajudante de ordens Mauro Cid a pressionar Bolsonaro para dar um golpe de Estado.

Ângelo Martins Denicoli

Denicoli atuou como diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde), quando Eduardo Pazuello estava à frente da pasta.

Assim como o resto do grupo, teria disseminado informações falsas sobre o processo eleitoral.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Fundador do Instituto Voto Legal, Rocha elaborou em 2022, a pedido do PL, um relatório que falava em supostas falhas nas urnas eletrônicas.

Com base no documento apresentado, o PL defendeu que as supostas falhas justificariam a anulação de parte dos votos computados.

Giancarlo Gomes Rodrigues

Rodrigues é militar e foi cedido à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão de Alexandre Ramagem.

Para a PGR, membros desse núcleo teriam utilizado ferramentas da Abin, como a First Mile, para espalhar desinformação.

Guilherme Marques de Almeida

Em áudio divulgado pela Polícia Federal, o tenente-coronel sugeriu “sair das quatros linhas [da Constituição]” para viabilizar uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Almeida é ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia e criticou, na gravação, a postura silenciosa dos comandantes das Forças Armadas e propôs que o então ministro da Defesa na época, o general Paulo Sérgio Nogueira, deveria se pronunciar.

Marcelo Araújo Bormevet

O policial federal era de confiança de Ramagem e integrou a equipe de segurança de Bolsonaro na campanha de 2018. Bormevet também chefiou o CIN (Centro de Inteligência Nacional) da Abin.

Segundo a PF, em 2021 o policial deu ordens a um subordinado, Giancarlo Gomes Rodrigues, para mandar “bala” e “sentar o pau” [sic] em um assessor do presidente STF, Luís Roberto Barroso.

Reginaldo Vieira de Abreu

O coronel atuou como chefe de gabinete do general da reserva Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência da República, no governo Bolsonaro.

Em troca de mensagens com Fernandes, Reginaldo criticou Bolsonaro: “Ele que tenha coragem moral, pelo menos até quinta-feira, falar que não quer mais, né? Pessoal, pelo menos passar o Natal em casa”.

Crimes

Os sete respondem aos seguintes crimes:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • tentativa de golpe de Estado;
  • dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Por Revista Plano B

Fonte CNN Brasil

Foto: Shutterstock

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