A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs nesta sexta-feira (18/7) uma série de restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou reação imediata de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos. Pela ordem judicial, pai e filho estão proibidos de manter qualquer tipo de contato, uma vez que ambos são alvos de investigações em curso.
Em tom de crítica, Eduardo afirmou, em publicação feita em inglês, que a medida teria sido motivada por um vídeo divulgado por Jair Bolsonaro na noite anterior, em que o ex-presidente agradece ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por uma carta de apoio. Na mensagem, Trump pede que os processos judiciais contra Bolsonaro sejam encerrados.
“Moraes ordenou hoje para Jair Bolsonaro:
1.Use tornozeleira eletrônica;
2.Não pode sair de casa entre 19h e 7h;
3.Não pode usar as redes sociais;
4.É-lhe vedado comunicar-se com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
5.Não pode se aproximar de embaixadas;
6.Não pode falar com outras pessoas sob investigação (eu e meu irmão Carlos estamos sob investigação)”, escreveu Eduardo.
Na publicação, o parlamentar ainda afirmou que a ordem faz parte de um movimento de “perseguição contra o maior líder da direita no hemisfério sul”.
A decisão de Moraes foi cumprida pela Polícia Federal nesta sexta-feira e incluiu a instalação de uma tornozeleira eletrônica em Jair Bolsonaro, além de toque de recolher entre as 19h e 6h, proibição de uso de redes sociais e vedação de contato com diplomatas e investigados, como seus filhos Eduardo e Carlos.
Os mandados foram cumpridos na casa do ex-presidente, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda da qual Bolsonaro faz parte. A medida visa, segundo fontes da PF, evitar uma possível tentativa de fuga do país por parte do ex-chefe do Executivo.
No Congresso, a reação foi imediata. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou a decisão como uma tentativa de silenciamento: “Não há condenação, não há prova. Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema. […] Isso não é justiça. É censura. É a tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões. Enquanto corruptos são soltos, um ex-presidente é vigiado como bandido. Mas quem tem a verdade como escudo, não teme a mentira de toga. A história está anotando tudo. E o povo também.”
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil