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Oposição acusa STF de instaurar “ditadura da toga” e convoca manifestações

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou nesta...

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou nesta segunda-feira (21/7) que o Brasil vive “uma democracia muito relativa” e que o Supremo Tribunal Federal (STF) instalou o que chamou de “ditadura da toga”. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Câmara, após uma reunião emergencial convocada pela bancada do Partido Liberal (PL), com participação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ex-presidente compareceu pessoalmente à reunião, mas, segundo o deputado, não participou da entrevista coletiva por orientação de seus advogados, em razão das restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que incluem uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição de contato com a imprensa.

“Por mais uma ordem de censura do ministro Alexandre de Moraes, preventivamente seus advogados, inclusive, o recomendaram não mais falar com a imprensa. Este é o Brasil e a democracia relativa que nós estamos vivendo”, declarou Sóstenes, ao explicar a ausência de Bolsonaro na entrevista coletiva.

Ainda de acordo com o o parlamentar, mais de 54 deputados e dois senadores interromperam o recesso parlamentar para participar da reunião, que contou com representantes do PL, Republicanos, Progressistas, União Brasil, Novo e Partido Socialista Brasileiro (PSB). O líder do PL destacou ainda que o motivo do encontro foi a gravidade do momento político e institucional enfrentado pelo país. “Deixaram de estar no seio de sua família e suas bases eleitorais para estarem em Brasília por conta da gravidade que o Brasil vive”, disse Sóstenes.

Comissões internas

A reunião foi convocada para criar três comissões internas. A primeira será responsável por alinhar o discurso e a comunicação dos parlamentares nas redes sociais e na imprensa, sob a liderança do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). A segunda atuará diretamente na mobilização parlamentar, organizando ações de pressão e articulação junto às mesas diretoras da Câmara e do Senado, sendo coordenada pelo deputado Cabo Gilberto (PL-PB). Por fim, uma terceira comissão ficará encarregada das mobilizações externas e nacionais, envolvendo a militância bolsonarista. O plano prevê reuniões permanentes entre 17h e 19h para ajustar a comunicação e coordenar as medidas.

O deputado também criticou a política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e responsabilizou o presidente da República pela crise diplomática com os Estados Unidos e pelas recentes sanções econômicas aplicadas contra Bolsonaro. Segundo Sóstenes, a situação reflete um “desgoverno” que, em suas palavras, antecipa o debate eleitoral em vez de priorizar as relações internacionais.

“Quem tem responsabilidade para resolver o problema do tarifaço americano é o presidente eleito da República, que em vez de resolver, dialogar, usar a chancelaria, as relações exteriores para resolvê-lo, o atual governo decidiu continuar atacando, debochando do governo americano, chupando jabuticaba, indo agora encontrar com presidentes de países de esquerda latino-americanos como uma provocação”, criticou.

Alguns deputados presentes estavam abraçados com a bandeira do Brasil. Segundo Sostenes, foi um presente de Bolsonaro, que fez questão de autografar. O líder do PL na Câmara disse ainda que o ex-presidente teria ficado emocionado ao relatar a situação de ter que comparecer ao encontro usando tornozeleira eletrônica e, segundo ele, impossibilitado de se comunicar até mesmo com o próprio filho. “Hoje, um homem honrado, decente, se apresentou para nós com uma tornozeleira no seu pé e, o pior, um pai… Se coloque no lugar de um pai que não pode falar com o seu filho. Ora, isso nem na inquisição existe”, lamentou.

Anistia

Entre as deliberações anunciadas, o deputado destacou que a anistia aos presos pelos atos do 8 de janeiro será tratada como prioridade absoluta da oposição no segundo semestre legislativo. O grupo decidiu também cobrar a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) 333, que altera as regras do foro privilegiado.

Para Sóstenes, ambas as medidas são necessárias para combater o que classifica como abusos do Supremo Tribunal Federal. “O nosso item número 1, e não abriremos mão na Câmara e nem no Senado, é pautarmos a anistia dos presos políticos do 8 de janeiro. Temos mais de 60 parlamentares respondendo processos no Supremo Tribunal Federal. Isso tem que acabar, isso não é democrático, isso não é constitucional”, afirmou.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Alan Santos/Câmara dos Deputados

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