quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
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No último Copom do ano, BC acelera mais o ritmo de alta de juros

Frustração com o pacote de cerca de R$ 70 bilhões de corte de gastos anunciado pelo governo federal faz mercado mudar a previsão de alta da taxa Selic, de 11,25% para 12% ao ano, pelo menos. Projeções para inflação já estão acima de 5%

O Banco Central realiza, a partir de amanhã, a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), e as opiniões estão divididas sobre a decisão de quarta-feira. De acordo com analistas, após a frustração do mercado financeiro com o pacote de cerca de R$ 70 bilhões de corte de gastos entre 2025 e 2026, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 27, a certeza entre eles é de que o ritmo de aumento dos juros vai acelerar novamente.

O mau humor do mercado com o pacote fiscal fez o dólar disparar para mais de R$ 6, elevando as pressões inflacionárias, e a preocupação com o risco de dominância fiscal — quando o aumento de juros não surte efeito sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, que deverá estourar o teto da meta neste ano e no próximo. E, para 2026, considerado o horizonte relevante monitorado pelo BC, as projeções para o IPCA seguem acima do centro da meta, de 3%, e estão bem próximas de 4%.

E, com a piora das projeções de inflação e do quadro fiscal, a maioria das apostas para a alta da taxa básica da economia (Selic), atualmente em 11,25% ao ano, passou de 0,50 ponto percentual — consenso desde a última reunião do Copom — para 0,75 ponto percentual, para 12% ao ano. Mas os analistas admitem que uma alta ainda maior, de 1,0 ponto percentual, para 12,25% ao ano, não está descartada. É o caso de Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

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