Outros posts

“Ninguém põe a mão nos nossos minerais”, diz Lula em recado a Trump

O presidente Luiz Inãcio Lula da Silva mandou um recado aos norte-americanos, citando...

O presidente Luiz Inãcio Lula da Silva mandou um recado aos norte-americanos, citando nominalmente o presidente Donald Trump. Disse, durante um evento no Vale do Jequitinhonha (MG), na presença de ministros e aliados políticos no estado, que “ninguém põe a mão” em reservas brasileiras. “Eu queria dizer para o presidente Trump: a nossa soberania é feita por esse povo brasileiro que trabalha, que produz”, afirmou. Na sequência, rechaçou o interesse dos EUA pelos recursos naturais brasileiros.

“Nós temos 12% da água doce do mundo para proteger. Nós temos 215 milhões de pessoas para proteger. Nós temos todo o nosso petróleo para proteger. Nós temos todo o nosso ouro para proteger. Nós temos todos os minerais ricos, que vocês querem, para proteger. E, aqui, ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disparou.

O discurso ocorreu um dia após o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar — ao invés de procurá-lo — buscar interlocução com o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, para demonstrar o interesse de Trump pelos minerais raros brasileiros.

Até o momento, a postura do governo de Donald Trump em relação ao Brasil dificultou as negociações. Na quarta-feira, no entanto, Escobar deu o primeiro passo, ao procurar empresários do setor de mineração para dizer que há interesse da gestão Trump em negociar o acesso a minerais estratégicos, como nióbio, lítio e terras raras.

Ao Correio, Jungmann confirmou que Gabriel Escobar expressou o interesse dos EUA nos minerais, mas disse que as decisões sobre o assunto são competência do governo federal.

“De fato, existe interesse manifesto pelos EUA, quando da reunião com o Encarregado de Negócios da embaixada norte-americana, mas este assunto ‘minerais’ é privativo do governo federal, porque a Constituição determina que os minerais no subsolo são de propriedade da União, portanto, do povo brasileiro”, explicou Jungmann.

O interesse de Trump em minerais em outros países não é nova e motivou, por exemplo, as falas do norte-americano sobre anexar a Groenlândia, que atualmente é território da Dinamarca.

Negociações

O Brasil tem sete dias para reverter a taxação de 50% sobre produtos nacionais que entram nos Estados Unidos. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, responsável pelo grupo de trabalho que tem debatido o assunto com diversos empresários do setor produtivo, revelou, ontem, que conversou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

“Tivemos uma conversa com o secretário de comércio, Howard Lutnick, uma conversa até longa, que entendo (ser) importante, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação”, disse Alckmin a jornalistas. A reunião, segundo Alckmin, durou cerca de 50 minutos e se deu no último sábado. O vice-presidente classificou a conversa como “positiva” e “proveitosa”, mas preferiu não detalhar por considerar que “são conversas institucionais e devem ser reservadas.”

Questionado sobre a existência de conversas com outras autoridades norte-americanas, Alckmin disse só ter conversado com Lutnik “Reiterei a disposição do Brasil de negociação. Nós queremos, essa é a disposição do Brasil. O Brasil nunca saiu da mesa de negociação, não criamos esse problema, mas queremos resolver”, pontuou, ressaltando que a orientação de Lula continua sendo a de negociação.

“O presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica, mas centrar na busca de solução para a questão comercial. E em vez de ter um perde-perde, com inflação nos Estados Unidos e diminuição das nossas exportações para o mercado norte-americano, nós invertermos isso.”

O vice-presidente também disse ter se reunido com senadores que viajarão aos Estados Unidos para negociar alternativas ao tarifaço de Trump. A missão será composta por oito senadores, que também se reuniram com o Itamaraty na última quarta-feira (23)l. O objetivo é abrir canais de diálogo com autoridades e empresários dos EUA.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Divulgação

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp