O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, citou nesta terça-feira (2/8) o plano para assassiná-lo e afirmou, que o país e a Corte “só têm a lamentar” mais uma investida contra a democracia. A afirmação foi feita durante a leitura do relatório na abertura do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado.
Ao ler o relatório do processo, Moraes destacou as alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR), que revelam a existência do plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”. Segundo a acusação, a trama tinha como objetivo matar o próprio ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin. De acordo com a PGR, a execução só não ocorreu por “falta de adesão do comando”.
O ministro aproveitou o momento para enviar um recado a setores que defendem a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe. “Não se pode confundir a saudável pacificação da sociedade com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à Constituição federal. A História nos ensina que a impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”, declarou.
Moraes frisou que a soberania brasileira “não pode e não deve ser vilipendiada, negociada e extorquida” e reforçou o papel do STF na proteção das instituições. “O país e sua Suprema Corte só têm a lamentar que mais uma vez na história republicana brasileira se tenha novamente mais uma vez tentado um golpe de Estado atentando contra as instituições e a democracia pretendendo se uma ditadura”, afirmou.
O relator da ação penal também rebateu críticas de supostas irregularidades no processo, lembrando que a defesa dos réus teve acesso a todas as informações e documentos. Ele garantiu que o Supremo não cederá a pressões:
“Existindo provas, acima de qualquer dúvida razoável, as ações penais serão julgadas procedentes e os réus condenados. Havendo prova da inocência ou mesmo qualquer dúvida razoável sobre a culpabilidade dos réus, os réus serão absolvidos. Assim se faz a justiça. Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal, julgar com imparcialidade e aplicar a justiça a cada um dos casos concretos. Repentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas. Lamentavelmente, no curso”, disse Moraes.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Antonio Augusto/STF