O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a Polícia Federal investigar ameaças contra o ministro Flávio Dino, por seu voto no julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi publicada nesta quinta-feira (2).
A investigação foi autorizada no inquérito das milícias digitais. No documento, Moraes lista uma série de perfis e manda às empresas Meta, TikTok, X e YouTube que apresentem os dados cadastrais dos usuários em até 48 horas.
A PF encaminhou um ofício para o Moraes em 30 de setembro solicitando a possibilidade de investigações. Dino foi quem procurou a polícia e relatou as ameaças.
“Nesse sentido, afirma que, logo após proferir o seu voto no âmbito da ação penal nº 2668, passou a ser destinatário de graves ameaças contra a sua vida e integridade física veiculadas pela internet. Aduziu que, entre os traços que chamam atenção, há constante alusão a eventos ocorridos no Nepal, o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”, diz a PF no ofício sobre o relato de Dino.
Segundo o relatório apresentado na decisão, pelo menos 50 publicações em redes sociais constaram ameaças contra Dino e o delegado da PF Fábio Shor, que conduziu as investigações da trama golpista.
“Este inquérito foi instaurado em virtude da presença de indícios e significativas provas apontando a existência de uma organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”, destacou Alexandre de Moraes na decisão.
“Do exame dos fatos narrados, verifico que, efetivamente, estão abrangidos pelo objeto desta investigação”, completou.
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: CNN