O pastor Silas Malafaia voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após ser alvo de operação de busca e operação. Malafaia chamou Moraes de “ditador”. “Ele mexeu com o cara errado, não por mim, mas pelo segmento que eu represento, que é gigantesco nesse país, que são os evangélicos”, afirmou o pastor em conversa com o apresentador Claudio Dantas, no Youtube, na quarta-feira (20/8).
O líder evangélico é investigado por suposta participação em crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Malafaia nega as acusações. “Como é que eu posso estar em um inquérito, o que eu tenho a ver com isso, eu não tenho nada a ver com isso”, citou.
“Hoje eu encarno aquilo que a maioria dos evangélicos gostariam de falar, mas não tem o poder para falar. Eu tenho acesso a toda a imprensa, todo dia tem jornalista que fala comigo, dou informação. Me tornei uma voz não unânime, mas uma voz muito poderosa desse segmento. Eu não sou unanimidade, mas Alexandre Moraes está fazendo com que eu seja. Ele está me dando um valor muito maior do que eu tenho, ele está me dando um tamanho muito maior do que eu tenho”, emendou Malafaia.
Em parecer, a Procuradoria-Geral da República afirmou que Malafaia atuou como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e obstrução promovidas por Jair e Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de interferir no andamento da Ação Penal 2668, em que o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado. O julgamento desta ação será iniciado no próximo dia 2 de setembro.
Além da busca e apreensão, o ministro Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares a Malafaia, entre elas a proibição de se comunicar, por qualquer meio, com outros investigados e réus nas ações penais e inquéritos que apuram tentativa de golpe de Estado e obstrução de justiça, incluindo Jair e Eduardo Bolsonaro. O pastor está proibido de deixar o país e deve entregar todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) em 24 horas.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Marcos Corrêa/PR