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segunda-feira, abril 7, 2025

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Michelle Bolsonaro exalta união religiosa e símbolo feminino da luta por justiça

Em meio a uma multidão vestida de verde e amarelo na Avenida Paulista,...

Em meio a uma multidão vestida de verde e amarelo na Avenida Paulista, neste domingo (6/4), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou em tom emotivo durante o ato pró-anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Com forte apelo religioso e familiar, Michelle ressaltou a união entre diferentes credos e perfis sociais como símbolo da luta por liberdade e justiça no Brasil.

“Obrigada por vocês estarem aqui, neste dia, todos unidos, independente de raça, opção sexual, opção religiosa”, iniciou Michelle, sob aplausos. “Nós estamos aqui todos em prol do nosso Brasil”, completou. Ao lado do pastor Silas Malafaia, principal organizador do ato, e de outras lideranças religiosas, como o padre Kelmon e o representante das religiões de matriz africana, Sérgio Pina, Michelle destacou o que chamou de um “gesto histórico de unidade espiritual” em nome da liberdade.

“Todos juntos em prol da liberdade da nossa nação. São homens e mulheres de bem, lutando pelo nosso Brasil” afirmou, em referência à pluralidade religiosa presente no ato. A ex-primeira-dama também dirigiu palavras de consolo às famílias dos chamados “presos políticos” do 8 de Janeiro, destacando o sentimento de tristeza e a percepção de injustiça:

“Temos aqui famílias, famílias de presos políticos. É um momento de muita tristeza para os nossos corações. O momento de injustiça é muito grande, uma balança que tem pesado apenas para um lado”, declarou. Michelle exaltou o papel de Jair Bolsonaro como liderança política e símbolo da direita, referindo-se a ele carinhosamente como “meu galego dos olhos azuis”. E reforçou o compromisso do casal com aquilo que classificou como uma missão maior: “não desistir do Brasil”.

“Nós estamos aqui com o nosso maior líder da direita, Jair Messias Bolsonaro. Desde 2018, as nossas vidas mudaram, mas nós sabemos a nossa missão, o nosso propósito”, disse.

Em seu discurso, Michelle fez ainda uma menção especial ao movimento feminino conservador, destacando o gesto da vereadora Priscila Costa (PL-CE) que, durante o ato em Copacabana no mês passado, ergueu um botão de rosa em nome de Débora, uma cabeleireira presa após os atos golpistas e agora transformada, segundo Michelle, em símbolo da luta feminina pela justiça. “Na Bíblia, Débora foi juíza, conselheira, líder. Hoje, a nossa Débora, uma mulher comum, cabeleireira, se torna símbolo da luta pela justiça no nosso Brasil”, afirmou.

O discurso da ex-primeira-dama reforça a estratégia do bolsonarismo de mobilizar emocionalmente sua base com apelos à fé, à família e ao sentimento de injustiça. A retórica, marcada por termos como “liberdade”, “presos políticos” e “perseguição”, tenta reconfigurar a imagem dos envolvidos no 8 de Janeiro como mártires de um sistema supostamente parcial.

Por Fernanda Strickland do Correio Braziliense

Foto: Reprodução / Reprodução Correio Braziliense

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