Maria Bethânia, 79, revisitou o início de sua trajetória na música ainda na década de 1960 e lembrou das imposições que fez ao começar receber reconhecimento e fama.

Em entrevista ao Globo Repórter na sexta-feira (28), a intérprete conta que recebeu um convite para gravar seu primeiro disco no início da década de 1960. “Eu falei: ‘Eu faço com a condição de que os meus meninos, meus colegas, Gal (Costa), Caetano (Veloso), (Gilberto) Gil, também gravem. Tom Zé também estava, fazia parte do grupo”, falou na conversa com Sandra Annenberg. Colocação que foi aceita e gerou os primeiros discos de nomes que se tornariam marcos da música brasileira.

Outra condição imposta foi sobre a canção “Carcará”, que marcou sua carreira. O relato de Maria Bethânia começa ao lembrar que foi convidada para substituir Nara Leão no “Show Opinião”, no Teatro de Arena em 1964, pouco depois do início do regime militar. No espetáculo que a levou ao sucesso, ela interpretava a canção sobre o pássaro. “Só cantar o ‘Carcará’, a tal ponto que eu falei ‘chega, vou voltar para a Bahia’. Voltei.”

“Falei ‘não vou mais cantar essa música, eu sei cantar outras coisas, eu quero cantar outras coisas. Não querem me ouvir? Vou embora'”, continua. Então, Maria Bethânia diz que passou mais de um ano de volta na Bahia, pois se recusava a cantar a música.

Tempos depois, ela narra ter sido convidada para fazer a inauguração de uma casa de shows. “Eu falei ‘com uma única condição: não canto ‘Carcará”. Eu só quero cantar música de amor’.” Imposição aceita, Maria Bethânia inaugurou um novo momento de sua carreira. “Para poder voltar a cantar o ‘Carcará’, que eu amo, mas por obrigação, ninguém me pega“, conclui.

A cantora baiana anunciou nesta semana a turnê “Maria Bethânia:60 Anos de Carreira“, em celebração a sua trajetória, com pré-venda dia 30 de junho e vendas gerais a partir de 1º de julho.

Por Revista Plano B

Fonte CNN Brasil

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