Artistas da música brasileira lamentaram a morte de Jards Macalé, aos 82 anos, nesta segunda-feira (17/11). O músico carioca foi o responsável por grandes sucessos de Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, entre outros. Ele estava hospitalizado na Barra da Tijuca para tratar uma broncopneumonia e sofreu uma parada cardíaca.
Nas redes sociais, Caetano Veloso lembrou a amizade que resultou no clássico álbum “Transa”, de 1972. “Foi meu primeiro amigo carioca da música”, escreveu. “Ele tocou com Beta, lançou composições, chamei-o para Londres e: Transa”.
O álbum, um dos mais conhecidos da carreira de Caetano, foi produzido por Jards, que também toca violão na obra. As gravações aconteceram enquanto Caetano ainda estava exilado em Londres, após ser preso pela Ditadura Militar no Brasil.
Paula Lavigne, esposa de Caetano, publicou um vídeo onde os dois aparecem juntos em 2023, durante as comemorações de 51 anos do disco. Na ocasião, os dois artistas subiram ao palco para revistar as canções de “Transa”.
Jards começou a carreira com o compacto “Só Morto”, de 1969. Na década seguinte, trabalhou com Gal Costa nos álbuns “Le-Gal” e compôs clássicos como “Hotel das Estrelas” e “Vapor Barato”.
Maria Bethânia, irmã de Caetano, postou fotos antigas com o parceiro de composições. “Meu amor, meu amigo. Fará muita falta neste mundo”. Foi Jards Macalé que abrigou a cantora baiana no Rio de Janeiro, quando Bethânia começou a se apresentar com o grupo de teatro Opinião, em meados da década de 1960.
O presidente Lula destacou, em publicação no X, a importância da obra de Jards durante o período de redemocratização pós Ditadura Militar. “Estive com Jards na luta pela redemocratização. Nos reencontramos várias vezes ao longo dos anos. Foi uma honra tê-lo entre os artistas que se apresentaram em minha posse em 2023”, escreveu.
O vereador paulista Eduardo Suplicy também usou as redes sociais para lamentar a perda. “Talento e bom humor marcaram a vida de Jards Macalé, que nos deixou órfãos hoje”, escreveu.
O deputado federal Marcelo Freixo lembrou o apelido de “Anjo Torto”, ao lamentar a perda do cantor. “Um mestre da vanguarda, da irreverência e da liberdade. Como ele mesmo disse: ‘Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno’”, publicou.
A banda paulista de jazz experimental Metá Metá publicou um stories em memória de Jards. “Querido professor”, diz a publicação. Em 2020, o músico participou de shows da turnê “Encruza”, que também contou com a participação do grupo Passo Torto.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Jose de Holanda/Divulga??o







