O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira (24/7) sua fala mais incisiva até o momento sobre o processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem poupar palavras, o petista afirmou que o ex-chefe do Executivo deve ser responsabilizado por seus atos e pode ser preso, caso a Justiça assim determine.
“Fez as merdas que fez, pague pelas merdas que fez e respeite o povo brasileiro. E aqui tem Justiça”, declarou o presidente, em referência direta ao comportamento de Bolsonaro durante e após o término de seu mandato.
A declaração foi feita durante o I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, que reúne no município de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, lideranças quilombolas, autoridades do governo e representantes de ministérios ligados às áreas de educação, igualdade racial, direitos humanos e povos indígenas.
Em um dos trechos mais contundentes, Lula destacou: “[Bolsonaro] Preparou um golpe, nós ficamos vendo. A polícia investigou, eles mesmos se delataram. Agora, ele foi indiciado, o procurador-geral [da República] pediu a condenação dele e ele vai, sim senhor, se a Justiça decidir com base nos autos do processo, ele vai pro xilindró”.
Foi a primeira vez em que o atual presidente falou abertamente sobre a possibilidade de prisão do antecessor. Segundo Lula, a Justiça no país é autônoma, e o processo judicial deve seguir seu curso sem interferência. “Obviamente que depende da justiça, e no Brasil a Justiça é independente”, reforçou.
O chefe do Planalto também criticou o comportamento de Bolsonaro durante a transição presidencial de 2022 para 2023. “Não teve coragem de me esperar [para passar a faixa, em 2023]. Fugiu como rato foge, fugiu”, afirmou Lula, chamando o ex-mandatário de “covarde”.
Sem citar Bolsonaro nominalmente em algumas passagens, Lula se referiu ao adversário político como “o cara que tentou dar o golpe para não dar [a Presidência] pra mim”, reiterando a gravidade dos atos atribuídos ao ex-presidente.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Ricardo Stuckert/PR