O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), fez um pronunciamento nesta quarta-feira (30/7) em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após os Estados Unidos impor sanções contra o ministro por meio da Lei Magnitsky. A medida, assinada pelo governo de Donald Trump e publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano, foi duramente criticada pelo parlamentar.
“É vergonhoso, mas os Estados Unidos acabaram de sancionar o ministro Alexandre Moraes pela Lei Magnitsky, que era uma lei utilizada contra ditaduras”, afirmou Lindbergh em vídeo nas redes sociais. “Hoje, o Brasil inteiro é o ministro Alexandre de Moraes.”
A sanção bloqueia quaisquer bens de Moraes em solo norte-americano, impede que ele realize transações com empresas ou cidadãos dos EUA — inclusive com cartões de crédito de bandeira americana — e proíbe sua entrada no país. Segundo o governo dos Estados Unidos, a decisão foi tomada com base em acusações de violações de direitos humanos, enquadradas na legislação aprovada ainda em 2012, durante a gestão de Barack Obama.
Para Lindbergh, no entanto, a medida tem um claro viés político. “O ataque ao ministro é um ataque pessoal, é o ataque a um país, é o ataque à nossa soberania, à nossa democracia, ao Poder Judiciário independente”, disse. O deputado ainda elevou o tom contra o presidente norte-americano e os aliados de Jair Bolsonaro: “Que vergonha o que esse Trump está fazendo com os Estados Unidos. Isso não é mais uma democracia, é um projeto autoritário”.
O petista também acusou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) de conspirar contra os interesses nacionais. “Que vergonha essa família Bolsonaro, traidores da pátria. Eduardo Bolsonaro, canalha, conspirando contra o Brasil, contra as instituições nacionais”, disse em referência à movimentação que Eduardo tem feito nos EUA.
Durante os últimos meses nos Estados Unidos, o filho 03 de Bolsonaro participou de eventos conservadores, se reuniu com congressistas republicanos e fez lobby para que sanções fossem aplicadas contra autoridades brasileiras, como o ministro Moraes. Ele também tem atuado pela anistia de condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e se posiciona como uma voz internacional contra o que considera uma ‘perseguição política ao pai’. Eduardo vem afirmando que no Brasil é vivido uma “ditadura comandada por Alexandre de Moraes”.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Marina Ramos/Câmara