O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o Brasil e citou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação nesta quarta-feira (8/9) no X, o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, afirmou que os EUA seguirão adotando medidas cabíveis contra o que chamou de “abusos de autoridade” no Brasil.
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, escreveu.
A declaração ocorre dias após Trump, em coletiva na Casa Branca, afirmar estar “muito irritado” com o Brasil e não descartar restringir vistos de autoridades brasileiras que planejam participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. “Temos uma ótima relação com o povo do Brasil, mas o governo mudou radicalmente. Foi para a esquerda de forma muito intensa, muito radical, e isso está prejudicando o país gravemente. As coisas lá estão indo muito mal. Muito, muito mal. Então, vamos ver”, disse o presidente.
Ele também destacou já ter aplicado tarifas “pesadas” contra produtos brasileiros, em agosto, que chegaram a até 50% sobre exportações do Brasil. Na época, Trump classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro como vítima de uma “caça às bruxas” em razão do processo que responde no STF, conduzido por Moraes, no qual é acusado de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta ao estado democrático de direitos e outros crimes. Julgamento esse que está em andamento desde a semana anterior e pode ser concluído na sexta-feira (12/9), após votação dos ministros na Corte.
Moraes tornou-se alvo frequente de críticas do governo americano, tendo o visto revogado, de seus aliados e familiares, além de sanções sob a lei Magnitsky, que permite aplicação de punições contra acusados de violação de direitos humanos e corrupção em todo mundo.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Ed Alves CB/DA Press