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Governo pagou menos de 1% das emendas parlamentares previstas para 2025

Quase três meses depois da aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso, o...

Quase três meses depois da aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva só pagou R$ 860,3 mil em emendas parlamentares apresentadas em 2025. O valor é 0,0017% dos R$ 50,38 bilhões reservados no orçamento para o ano inteiro.

Metade desse valor é de emendas impositivas — ou seja, que o governo é obrigado a pagar. Neste ano, os deputados já registraram 6.948 emendas ao orçamento anual. O Executivo só empenhou (reservou), até o momento, 85,7 milhões.

Os dados são da plataforma Siga Brasil, do Senado Federal, e foram atualizados pela última vez na quarta-feira (11/6), dia em que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, prometeu que o governo começaria a pagar os valores indicados pelos parlamentares até o fim de semana.

“Temos que lembrar que o Orçamento foi aprovado em abril deste ano e não em dezembro”, explicou a ministra em conversa com jornalistas. Gleisi argumentou que o processo da aprovação e sanção do orçamento até a execução das emendas é moroso.

A demora na liberação é mais um capítulo de uma crise envolvendo Executivo, Legislativo e Judiciário que começou ainda em agosto do ano passado, quando o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, bloqueou o pagamento de todas as emendas parlamentares com a exigência de melhora na transparência dos recursos.

Foi só no início deste ano, às vésperas da aprovação do Orçamento, que o STF reconheceu as medidas do Congresso para aumentar a transparência — mas que ainda deixaram diversas lacunas — e deu permissão para retomar os pagamentos.

“Sem mau humor”

Nesta semana, no entanto, Dino fez um novo pedido de explicações ao governo e ao Congresso sobre emendas de comissão “paralelas” e sobre as alegações sobre a existência de um “novo orçamento secreto” envolvendo o Ministério da Saúde.

Ao contrário do que fez seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), quando as emendas foram bloqueadas, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou qualquer “mau humor” com o Judiciário sobre o assunto na quarta.

“O Supremo Tribunal Federal tem feito seu trabalho, nós temos tranquilidade com a execução do orçamento, fizemos as mudanças para trazer mais transparência, trazer previsibilidade e o Congresso está muito tranquilo em relação ao orçamento. Não há nenhum mau humor em relação às decisões do Supremo Tribunal Federal”, disse a jornalistas no 2º Brasília Summit, realizado pelo Lide em parceria com o Correio.

Ele também reforçou que foi a demora para aprovar o Orçamento que dificultou a liberação dos recursos até aqui. “É importante registrar que nós tivemos um atraso na aprovação do Orçamento deste ano. Só foi aprovado no fim do mês de março e sancionado praticamente no final de abril. Isso fez com que toda a execução fosse postergada, estamos sofrendo as consequências dessa aprovação tardia”, pontuou.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Marina Ramos/Câmara

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