Outros posts

Governo está otimista com avanço das conversas entre Lula e Trump

Aguardada pelos empresários e pelos governos de ambos os países, a reunião entre...

Aguardada pelos empresários e pelos governos de ambos os países, a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ainda não tem data e nem local para ocorrer. Desde que o chefe de estado norte-americano sinalizou que estava aberto para uma conversa nesta semana, o Itamaraty tenta agendar uma conversa prévia entre os dois, por telefone ou videoconferência, nos próximos dias. O enconto presencial ocorreria mais adiante, em outro país. Uma possibilidade é a Itália, durante reunião da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no dia 13 de outubro. A outra, seria a Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), no dia 25.

Ontem, membros do governo Lula, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentaram sobre o possível encontro e as oportunidades para o país. 

Alckmin disse que o governo está otimista com o avanço das conversas entre Lula e Trump. Na visão do vice, o encontro pode ajudar a melhorar “muito” a relação entre os dois países, estremecida com o tarifaço. “Com esse bom encontro, como o presidente Trump mesmo disse, que deu uma química entre ele e o presidente Lula, eu acho que nós teremos novos passos e temos bons argumentos, porque o Brasil não é problema para os EUA. Do G20, só com 3 países os EUA têm superavit: Reino Unido, Austrália e Brasil”, destacou ontem o vice, em entrevista à Rádio CBN.

Ele ainda comentou sobre a possibilidade de colocar em mesa  questão dos minerais estratégicos, também chamados de “terras-raras”, que são considerados fundamentais para a transição energética. Os EUA, além de outras nações, demonstram interesse em importar esses minerais e o Brasil é uma das principais fontes desses produtos no mundo.

“O governo acabou de lançar o programa Redata, que é para atrair data center. E data center consome muita energia. Então nós temos boas possibilidades, isenção de impostos para aqueles equipamentos que não têm produção nacional, então é um grande estímulo para trazer data center para o Brasil e a gente poder ter investimentos que extrapolem trilhão de reais e minerais estratégicos é uma dessas áreas importantíssimas”, comentou, Alckmin.

Ele também falou sobre a questão política do tarifaço, que envolve a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o vice, não deve haver relações entre uma decisão da Suprema Corte, com política de importação, de natureza regulatória. “Tarifa de importação é política regulatória. Não tem nada a ver com decisão de Suprema Corte”, disse o ministro, que completou: “Mas acho que a abertura e o avanço do diálogo vai melhorar muito a relação Brasil-EUA”.

Crise artificial

Já o ministro da Fazenda voltou a demonstrar otimismo com o fato de que o tarifaço não tende a durar muito tempo, especialmente, porque encarece o custo de produtos que o norte-americano consome normalmente. Para ele, os EUA deram um tiro no pé, pois a crise política entre os dois países foi “artificialmente criada”. “A economia norte-americana deu um tiro no pé. Não faz sentido pagar mais caro pela carne e o café, por exemplo”, afirmou Haddad, no evento Macrovision 2025, do Itaú BBA, em São Paulo. “Não faz sentido essa animosidade artificialmente criada”, acrescentou.

Para o chefe da equipe econômica, o tarifaço dos EUA, que entrou em vigor desde o início de agosto, não vai se estender. “O bom senso vai prevalecer. O presidente Lula não fez nenhum discurso de animosidade na Organização das Nações Unidas (ONU), e não usou a Lei de Reciprocidade aprovada, inclusive, pelo PL. Estamos sendo cuidadosos e caminhando com dignidade na negociação”, enfatizou.

Em alusão à campanha contra o Brasil feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos para tentar favorecer o pai, Jair Bolsonaro, o ministro destacou que Lula agiu como um democrata. “Não temos um autocrata, mas um democrata no poder”, frisou o ministro.

Ainda ontem, quando participava da abertura da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM), Lula disse que quer levar a primeira-dama, Janja da Silva, para o encontro com o republicano. “Quando eu for conversar com o Trump, eu vou levar ela. Eu quero que ele veja”, disse o presidente, ao lado de Janja, que também marcou presença no evento.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense

Foto: Rosana Hessel/CB/DA.Press

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp