Os Estados Unidos, por meio do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental (WHA), publicou manifestação de repúdio contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela prisão de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a autoridade estadunidense, o juiz estaria “usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”. Decisão do ministro, publicada nesta segunda-feira (4/8), determina a prisão domiciliar do ex-presidente por descumprimento de medidas cautelares.
“Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, diz a publicação. O texto termina com um tom ameaçador, ao dizer que os EUA “responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”.
Na última quarta-feira (30/7), o governo estadunidense incluiu o nome de Moraes na lista dos sancionados pela Lei Magnitsky. O dispositivo é usado pelo país para condenar supostas “graves violações de direitos humanos ou corrupção significativa”, o magistrado é a primeira autoridade de um país democrático a ser alvo da medida.
Na mesma data, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sobretaxa de 40% sobre os produtos brasileiros, que já estavam taxados em 10%. O tarifaço é mencionado na decisão de Moraes, que acusa Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, de “coação no curso do processo”, por articulações junto ao governo norte-americano que culminaram nas sobretaxas.
A decisão de Moraes desta segunda entende que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas no mês passado ao participar de manifestação na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), por meio de vídeo “pré-fabricado”. O conteúdo chegou a ser publicado pelo filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas foi excluído em seguida.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Jim Watson/AFP