O Banco Master entrou em nova fase do processo de venda. Um consórcio comandado pela Fictor Holding Financeira submeteu ao Banco Central o pedido de aprovação para adquirir o Master S.A. A proposta prevê um aporte inicial de R$ 3 bilhões e inclui investidores dos Emirados Árabes Unidos.
A reestruturação do grupo prevê três vendas simultâneas a diferentes investidores, entre eles estrangeiros. A oferta apresentada ao Banco Central envolve exclusivamente o Banco Master S.A., enquanto outras duas empresas do conglomerado, o Will Bank e o Banco Master de Investimentos, serão negociadas separadamente.
A expectativa é de que o Master anuncie, ainda nesta terça-feira (18/11), a venda do Will Bank e do Banco Master de Investimentos para grupos internacionais, avançando na desmontagem e na reorganização do conglomerado, enquanto aguarda a análise sobre a operação principal.
O pedido protocolado pela Fictor prevê mudanças profundas na governança do Master, como reformulação da diretoria estatutária, criação de um novo conselho e mudança do nome da instituição, que passará a se chamar Banco Fictor, após a conclusão das etapas regulatórias.
A venda deve resultar em uma reformulação da diretoria. Com a conclusão da operação, o fundador e presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, deve deixar a instituição ao alienar todas as suas ações, passando a se dedicar integralmente à sua holding patrimonial.
Após a aprovação regulatória, o banco deverá ter um novo comando. O executivo indicado é Antônio Oliveira Neto, profissional com mais de 25 anos de experiência no sistema financeiro e passagens por instituições como JPMorgan, Santander e HSBC.
Histórico da venda
A corrida pela aquisição do Banco Master começou em março, após o Banco de Brasília (BRB) manifestar intenção de compra. Em setembro, o Banco Central barrou a transação, sob o argumento de “risco de sucessão”, apontando a chance de o BRB herdar passivos não identificados que poderiam comprometer sua estabilidade financeira.
A proposta inicial abrangia R$ 50 bilhões em ativos e deixava de fora R$ 23 bilhões em títulos de baixa liquidez, classificados como problemáticos. A operação foi considerada de alto risco, já que o Master enfrenta dificuldades de captação e vinha oferecendo taxas muito acima das praticadas pelo mercado, de cerca de 140% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), para atrair investidores para seus CDBs (Certificado de Depósito Bancário).
A recusa levou o Master a buscar novos investidores privados com maior capacidade de capitalização. Um dos fundos envolvidos na nova proposta administra mais de US$ 100 bilhões em ativos.
A Fictor Holding Financeira, responsável pela aquisição do Banco Master S.A, é um grupo brasileiro de participações com atuação nos setores financeiro, de infraestrutura e de alimentos. A empresa reúne cerca de 6 mil colaboradores e mantém um portfólio de 30 companhias no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Divulgação







