Outros posts

“Entre a dor e a esperança: como o transplante de medula me devolveu a vida”

Franciane Campos vive em Brasília e carrega consigo uma história de coragem e renascimento....

Franciane Campos vive em Brasília e carrega consigo uma história de coragem e renascimento. No dia 9 de setembro de 2016, sua vida mudou completamente. O diagnóstico foi devastador: leucemia linfoblástica aguda do tipo T, uma das formas mais agressivas da doença. Hoje, curada, ela compartilha sua história para inspirar outras pessoas e incentivar a doação de medula.

“Naquele momento, parecia que o chão havia desaparecido. Eu sabia que a medicina tinha limites, e que a única chance de cura seria um transplante de medula óssea”, recorda. Vieram então meses de tratamento intenso, de incertezas e de fé inabalável. Enquanto lutava contra o câncer, Franciane e sua família iniciaram a busca por um doador compatível, um desafio enorme, já que a probabilidade de encontrar alguém 100% compatível é de uma em cem mil.

Mas o improvável aconteceu. “Recebi a notícia de que havia quatro possíveis doadores, e um deles era 10/10 compatível, ou seja, 100% compatível comigo. Foi um milagre.”

O transplante foi realizado com sucesso. Seguiram-se longos meses de recuperação e acompanhamento médico. Quase três anos depois, veio um dos momentos mais emocionantes de sua vida: o encontro com a doadora. “Foi uma sensação indescritível. Ela não me conhecia, mas me deu o maior presente que alguém pode dar: a vida. Só Deus poderia preparar um encontro tão perfeito”, diz emocionada.

Hoje, Franciane faz questão de compartilhar sua história para inspirar outras pessoas e conscientizar sobre a importância da doação de medula óssea. “Sou grata por cada novo dia, por meus amigos e familiares que estiveram comigo em todos os momentos, e por essa nova chance que a vida me deu. Ser doador é um ato de amor. Seja um doador de medula óssea, salve vidas.

1. O início da história

Como e quando você descobriu que precisaria de um transplante de medula óssea?
Comecei a passar muito mal, sentia muita fraqueza, tontura, sono e cansaço. Fui internada e, após vários exames, recebi o diagnóstico de uma leucemia LLA T aguda. No dia 9 de setembro de 2016, minha vida mudou completamente. Ali começava o maior desafio da minha existência.

Qual foi sua reação ao receber o diagnóstico?
Fiquei em choque, sem chão. Era uma mistura de medo e incredulidade. Eu estava diante de um laudo de morte, 86% de blastos na medula óssea, e não acreditava que aquilo pudesse ser real. Mas entendi que precisava reagir. Era preciso lutar.

Você já sabia o que era um transplante de medula óssea?
Tinha conhecimento, mas não sabia com tanta intensidade. Aprendi muito durante o processo, com os médicos e com a experiência.

2. O processo de busca e espera

Como foi o processo de encontrar um doador compatível?
Logo após o diagnóstico, iniciamos a busca no banco de doadores, o REDOME e o REREME. Foi um período de muita ansiedade, porque sabíamos que a fila era grande e que as chances de encontrar um doador compatível eram pequenas.

Houve momentos em que você achou que o transplante não seria possível?
Sim. Cheguei a pensar que não conseguiria. A espera é dolorosa. Mas mantive a fé e a esperança. E, para minha surpresa, descobrimos quatro doadores compatíveis. Um deles era 100%. Foi um milagre. Receber a ligação do REDOME informando que eu tinha um doador foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

Qual foi o papel da família e dos amigos durante essa fase?
Fundamental. Todos se mobilizaram, me acolheram, me deram forças e oraram comigo. Eu sentia que não estava sozinha, e isso fez toda a diferença.

3. O transplante

Como foi o dia do transplante?
Foi um dia de muita emoção. Ver aquela medula chegando, congelada, pronta para me dar uma nova vida, foi indescritível. Senti que Deus estava agindo através da ciência e das pessoas.

Você teve medo?
Curiosamente, não. Eu estava fraca fisicamente, mas muito forte espiritualmente. Só tinha fé, e ela foi o suficiente para me sustentar.

Como foi o pós-operatório e a recuperação?
O pós foi muito difícil. Passei pelo enxerto, quando as células começam a se comunicar com o organismo. Foram quinze dias de incerteza até saber que a medula “pegou”. A alegria foi imensa. Tive acompanhamento médico rigoroso e, com o tempo, comecei a ajudar outros pacientes, gravar vídeos e compartilhar minha experiência. Isso me deu ainda mais força.

4. A relação com o doador

Você conheceu sua doadora? Como foi esse encontro?
Sim. Um ano e meio depois do transplante, o REDOME me apresentou à minha doadora, Clecy Gomes Bossato. Quando recebi o contato, não hesitei. Foi um encontro de milhões! Uma emoção que não cabe no peito. Hoje, ela é como uma irmã para mim. Criamos um laço de amor e gratidão que a vida inteira não vai apagar.

O que você diria a ela hoje?
Gratidão eterna. Ela me deu uma nova chance de viver. Não há palavras suficientes para agradecer um gesto tão generoso.

Qual é a importância da doação de medula?
É um ato de amor. Cada doador representa esperança para quem está lutando pela vida. São pessoas que, com uma simples atitude, salvam outras vidas. É o milagre da solidariedade.

5. Transformações pessoais

O transplante mudou sua forma de ver a vida?
Completamente. Hoje, vivo cada momento com mais intensidade e amor. Mudei não apenas biologicamente, passei de sangue A positivo para O positivo, mas também espiritualmente. Ganhei uma nova medula e uma nova alma.

Quais valores se transformaram depois da experiência?
Aprendi o valor da simplicidade, do perdão e da fé. A prioridade agora é viver o presente com gratidão. O amor é o maior poder que temos.

Você se considera uma pessoa diferente?
Totalmente. Sou mais humana, mais empática e mais conectada com Deus. Minha missão hoje é ajudar outras pessoas a acreditarem que o impossível pode acontecer.

6. Apoio, fé e superação

Que papel tiveram a fé e a espiritualidade na sua recuperação?
Foram tudo. A fé foi o meu equilíbrio. A medicina me tratou, mas Deus me curou. Foi Ele quem me sustentou em cada passo do processo.

O que te manteve firme?
Deus e a fé. Quando tudo parecia perdido, foi n’Ele que encontrei força.

O que você diria para quem está passando por esse mesmo desafio?
Tenha fé. Acredite que o impossível pode acontecer. Não desista, porque enquanto há vida, há esperança. Eu sou prova viva disso.

7. Conscientização e mensagem final

Que mensagem você deixaria para quem ainda tem medo de se cadastrar como doador de medula óssea?
Doe. Doe amor, doe vida. Ser doador é um ato simples, mas de um valor imenso. Alguém pode estar esperando justamente por você.

Como a sociedade pode contribuir para ampliar o número de doadores?
Usando as redes sociais, falando sobre o tema, compartilhando informações e quebrando tabus. Informação e empatia salvam vidas.

O que significa para você ter recebido uma segunda chance?
Significa tudo. É um presente divino. Viver de novo é ser grata todos os dias. É entender que nada é por acaso e que cada história pode inspirar outras.

8. O plano B

E qual é o seu plano B hoje?
Meu plano B é seguir em frente com fé e gratidão. A vida sempre nos oferece uma nova chance, um novo caminho. Eu acredito que Deus tem planos maiores para todos nós. Sempre há uma nova história a ser contada.

Franciane Campos é hoje uma das maiores incentivadoras da doação de medula óssea no Brasil. Sua vida é uma celebração da fé, da ciência e da solidariedade.
“Doe vida. Alguém precisa de você.”

“Gratidão em cada célula”: a história de uma doadora de medula óssea

Solidariedade, amor ao próximo e coragem definem a trajetória de uma mulher que transformou um simples gesto em um ato que salvou uma vida.
Nesta entrevista, ela compartilha sua jornada como doadora de medula óssea, desde o momento do cadastro até o encontro emocionante com a receptora que hoje se tornou uma amiga para a vida toda.

1. O início da história

Como você decidiu se cadastrar como doadora de medula óssea?
Eu já era doadora de sangue e, em um dos dias de doação, resolvi também me cadastrar como doadora de medula óssea. Foi algo por impulso, mas de coração.

O que te motivou a tomar essa decisão?
A ideia de que eu poderia salvar uma vida. Saber que encontrar um doador compatível é algo raro me motivou ainda mais. Fiz isso por amor ao próximo.

Você já conhecia alguém que precisou de um transplante antes de se cadastrar?
Não conhecia,  ver o quanto é difícil encontrar compatibilidade me fez perceber a importância de ser doadora.

Lembra-se do momento em que fez o cadastro no REDOME? Foi algo planejado ou espontâneo?
Lembro perfeitamente. Foi na minha cidade, São Miguel do Oeste, durante uma campanha de doação de sangue. Naquele dia, aproveitei a ação e fiz a coleta para o cadastro.

2. O chamado

Como e quando você recebeu a notícia de que era compatível com alguém?
Dez anos depois do cadastro, recebi uma ligação do REDOME informando que eu era compatível com um paciente.

Qual foi a sua primeira reação?
Muita emoção! Era como se tudo fizesse sentido naquele momento.

Você teve medo ou dúvidas antes de confirmar a doação?
Nenhuma. Confirmei de imediato, sem pensar duas vezes.

O que te fez dizer “sim” tão rapidamente?
Saber que eu poderia salvar uma vida. Não tive dúvidas, apenas pesquisei um pouco mais sobre o processo para entender como tudo funcionaria.

3. O processo da doação

Como foi o processo médico, exames, preparação e o dia da doação?
Foi um processo longo, com muitos exames e etapas. Passei um ano fazendo exames de acompanhamento até o dia da coleta.
Escolhi fazer o procedimento por aféreses, e para isso tomei, durante uma semana, o medicamento Granulokine, que estimula a multiplicação das células.
No dia da doação, internei às 7 horas da manhã e fiquei conectada à máquina até 13 horas.

As pessoas ao seu redor te apoiaram?
Sim, tive o total apoio da família e dos amigos. Todos ficaram muito orgulhosos da minha decisão.

Existe algum mito ou medo sobre a doação que você percebe ser comum e gostaria de esclarecer?
Sim, o medo é muito comum, mas ele vem da falta de informação. As pessoas acham que é doloroso ou perigoso, quando na verdade o processo é simples e seguro.

Como você se sentiu ao saber que sua medula seria usada para salvar uma vida?
Foi uma mistura de felicidade, emoção e gratidão. É uma sensação indescritível saber que você é a chance de vida de alguém.

4. A relação com o receptor

Como foi o encontro com a receptora?
Incrível e inesquecível. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

Você costuma pensar em como ela está hoje?
Sim, com certeza. Penso nela com muito carinho e torço sempre pela sua saúde.

Como é a relação de vocês hoje?
Criamos uma amizade linda, passamos a nos comunicar praticamente todos os dias. É uma conexão que nasceu do amor e da gratidão.

5. Sentido e impacto pessoal

Essa experiência mudou algo na sua forma de ver a vida?
Mudou muito. Passei a valorizar mais a vida e a enxergar o quanto um gesto simples pode transformar o destino de alguém.

Que tipo de sentimentos a doação despertou em você?
Sentimentos de amor, gratidão e utilidade. Saber que pude ajudar alguém me faz sentir plena e realizada.

O que você aprendeu sobre empatia e solidariedade depois dessa vivência?
Sempre fui uma pessoa empática e solidária, mas essa experiência só aumentou ainda mais o desejo de ajudar. A empatia, quando vivida de verdade, muda quem somos.

Você se considera uma doadora diferente, há algo simbólico na medula?
Sim. A doação de medula tem algo muito simbólico, porque você doa parte daquilo que te gera vida. É literalmente compartilhar o que há de mais vital em você.

6. Conscientização e inspiração

Por que você acha que ainda há tão poucos doadores de medula óssea no Brasil?
Por falta de informação e divulgação. Muitas pessoas têm vontade, mas não sabem como o processo funciona.

Que mensagem deixaria para quem tem medo ou não entende bem o processo?
Não tenha medo. Faça o cadastro o quanto antes. É simples, seguro e pode mudar o destino de alguém.

O que você diria a alguém que está pensando em se cadastrar, mas ainda não teve coragem?
Dê esse passo. Faça o cadastro e torça para ser compatível com alguém. Não dói nada e, em cerca de 15 dias, a medula se recompõe. Você pode ser o milagre de outra pessoa.

Qual a importância de campanhas de conscientização e histórias reais como a sua para mudar essa realidade?
É fundamental. Histórias reais têm poder. Se houvesse mais divulgação, mais pessoas se cadastrariam. A informação é a melhor forma de salvar vidas.

7. Mensagem final

Se pudesse resumir essa experiência em uma palavra, qual seria?
Gratidão.

Como você se sente ao saber que literalmente salvou uma vida?
Útil, feliz e profundamente grata por ter podido ajudar alguém a continuar vivendo.

O que essa vivência representa na sua história pessoal?
Representa amor. Amor ao próximo, à vida e a tudo o que realmente importa.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp