Os candidatos da 26ª edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) farão neste domingo (10/11) as provas de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática. E à medida que a hora da prova se aproxima, muitos estudantes se deparam com a pressão de administrar o tempo de forma eficaz para responder um total de 90 questões, especialmente com 30 minutos a menos em comparação ao domingo anterior, e com a necessidade de realizar cálculos precisos, além do raciocínio lógico. Nesta segunda etapa, os portões de acesso abrem às 12h e fecham às 13h, com a aplicação das provas iniciando às 13h30 e se encerrando às 18h30.
No domingo passado, primeiro dia do exame, os candidatos prestaram provas de linguagens, ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e redação, e houve abstenção de 26,6% dos mais de 4,3 milhões de inscritos este ano. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a divulgação do gabarito das provas do Enem ocorrerá em 20 de novembro e o resultado final será conhecido em 13 de janeiro de 2025. Para aqueles que ainda não concluíram o ensino médio e realizaram a prova de autoavaliação, conhecidos como treineiros, a divulgação será 60 dias após, em 14 de março de 2025.
No Enem, a correção é pelo sistema TRI, que valoriza a coerência das respostas dos estudantes. Sendo assim, é extremamente importante que o candidato consiga identificar as questões mais fáceis. A dica? Primeiramente, fazer uma leitura diagonal: em vez de ler palavra por palavra, o leitor foca em palavras-chave, títulos e subtítulos, proporcionando uma visão geral do conteúdo.
Dicas
“Tente reconhecer o que é mais fácil e que vai tomar menos tempo, garantindo assim o básico. Deixe sinalizado o que você identificou como médio ou difícil, deixando essas para o fim. Garantir as que você sabe é mais valioso do que perder tempo com as mais complexas. Assim, o TRI vê consistência e aumenta a nota”, aconselha o professor de matemática Marcio Campolino, do Colégio Mackenzie Brasília.
Para identificá-las, Gabriel Tadeu, 23 anos, morador do Guará que está realizando a prova pela quinta vez, analisa quantas questões está pulando no processo. “Se eu fizer um bloco de 15 questões, e pular uma ou duas, é um feedback de que aquela parte da prova está fácil. Agora, se forem cinco ou seis, é um indicativo de que estou tendo mais dificuldade e deixo para depois”, conta.
Alternar disciplinas também pode evitar o cansaço mental. “Faça um bloco de 10 a 15 questões de ciências, depois mude para matemática. Isso tende a ajudar na manutenção do foco e evita aquele bloqueio de raciocínio. A alternância entre os estímulos faz o cérebro ficar sempre ativo, sem se esgotar em uma mesma linha de pensamento”, ensina o professor de matemática.
Rodrigo Borges, professor de física, explica que as questões que são consideradas mais fáceis dependem da área. “Em matemática, nos últimos anos, metade das questões consideradas fáceis apresentavam gráficos, imagens ou tabelas. Em biologia, as questões com textos pequenos, com figuras de gráficos ou imagens de seres vivos tendem a ser mais fáceis”, pontua.
O profissional também relembra o papel fundamental que os simulados desempenham, uma vez que não apenas familiarizam os estudantes com o formato da prova, mas também reduzem a ansiedade, permitindo que se sintam mais confiantes e preparados no dia do exame. Além disso, ajudam a identificar áreas que precisam de mais atenção, otimizando a preparação. “Ao realizar o Enem como treineiro, os alunos vivenciam a experiência completa do exame, incluindo o tempo limitado e a diversidade de questões”, finaliza.
Heloísa Oliveira, 19 anos, prepara-se desde o primeiro ano do ensino médio, tendo sido treineira duas vezes no Enem. Ela acredita que essa experiência foi crucial para ganhar mais confiança e habilidade. “A gente perde tempo quando não conhece a organização dos blocos e o horário. Quando cheguei ao meu terceiro exame, eu já sabia que tinha duas horas para cada uma das fases e como fazer”, relata. Ficar entre os três últimos também é vantajoso. “Utilizar todo o tempo disponível maximiza suas chances de revisar e corrigir respostas”, completa.
*Estagiária sob a supervisão de Eduardo Pinho