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Deputados pedem ação urgente de Lula para salvar brasileiros em flotilha

Um grupo de deputados federais encaminhou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula...

Um grupo de deputados federais encaminhou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e José Múcio (Defesa) pedindo providências imediatas para garantir a segurança de 17 brasileiros que integram a expedição Global Sumud Flotilla (GSF). A iniciativa internacional reúne organizações e ativistas de mais de 40 países com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e levar alimentos, água potável e medicamentos à população palestina.

Segundo o documento encaminhado ao presidente, os navios da flotilha são alvos de ataques desde a partida no início de setembro. Um dos barcos acabou atingido por drone em águas tunisianas no dia 9, sofrendo incêndio e danos estruturais. Na terça-feira passada, próximo à ilha de Creta, na Grécia, mais de uma dezena de explosões atingiram as embarcações. Há relatos de vigilância por drones, uso de explosivos e químicos, além de interferência em sistemas de comunicação de emergência.

O coordenador da delegação brasileira relatou que granadas de luz e cápsulas com líquido irritante foram lançadas contra os barcos. “Arde o contato da pele”, afirmou. A organização atribui os ataques a Israel, que não confirma a autoria. Entre os brasileiros que integram a flotilha estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSol-Campinas), a dirigente Gabrielle Tolotti (PSol-RS), o militante Nicolas Calabrese e o ativista brasiliense Thiago Ávila.

O movimento internacional tenta furar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza levando alimentos, água e medicamentos. “Não há tempo a perder. A cada hora que se adia uma ação concreta, aumenta o risco de tragédia. Não se trata apenas de proteger vidas brasileiras, trata-se de afirmar o Brasil como nação soberana, solidária e digna de respeito internacional”, diz ofício.

O texto ressalta que mais de 1,1 milhão de palestinos vivem sob risco imediato de fome severa, segundo dados internacionais, e argumenta que a missão humanitária é uma resposta à paralisia da comunidade internacional diante da crise em Gaza.

“A primeira coisa que eu queria deixar claro, vidas humanas importam em qualquer lugar, assim como a natureza. A segunda coisa que eu gostaria de deixar claro, para as pessoas que estão perguntando, o que nós vamos fazer em Gaza. Eu deixarei muito claro, para que as pessoas compreendam. Nós estamos indo porque nunca houve uma catástrofe tão grave pelo menos no século 21, como o que está acontecendo agora, que é o genocídio praticado por Israel em Gaza. Já são milhares de palestinos que são assassinados diariamente”, explicou a deputada federal nas redes sociais, após ser questionada por que está lá.

Em outro vídeo publicado no início desta semana, Luizianne Lins também relata como foram os ataques dos drones. “Foi muito grave o que aconteceu. Imagina que você está na madrugada, às 2h, no meio do Mediterrâneo, onde não se vê terra, nem de um lado nem do outro. Ter que passar por ataques covardes, de um inimigo que ataca a noite e não mostra sequer o rosto, ataca com drones”, pontuou.

Ações emergenciais

O pedido dos parlamentares é para que o Palácio do Planalto coordene ações emergenciais. E que o Itamaraty acione canais diplomáticos junto à ONU e à União Europeia, e que o Ministério da Defesa disponibilize meios navais para proteger os brasileiros — à semelhança do que fizeram Itália e Espanha, que enviaram embarcações militares para acompanhar a flotilha. No documento, os autores citam a “longa tradição” brasileira na defesa dos direitos humanos e afirmam que a omissão “será lembrada como cumplicidade”. Procuradas, as pastas não se manifestaram sobre possível envio de ajuda ao grupo.

O texto é assinado  por mais de 30 deputados, como Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim, Glauber Braga, Ivan Valente, Luiza Erundina, Pastor Henrique Vieira, Erika Kokay, Maria do Rosário, Jandira Feghali, entre outros do PSol, PT, PCdoB, PDT e PSB, que defendem que o Brasil adote uma postura firme em defesa de seus cidadãos e em consonância com sua tradição diplomática.

Nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores de Israel se manifesta contra a aproximação da flotilha. O ministério acusa o grupo de ser ligado ao Hamas. “A flotilha do Hamas recusa a proposta de Israel de descarregar ajuda pacificamente na Marina de Ashkelon, nas proximidades. Em vez disso, escolhe o caminho ilegal — navegar para uma zona de combate e violar o bloqueio naval legal. Isso prova seu verdadeiro objetivo: servir ao Hamas em vez de entregar ajuda aos civis de Gaza”, disse, em uma publicação. Já a ONU (Organização das Nações Unidas) pediu uma investigação independente sobre os ataques sofridos pelas embarcações.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense

Foto: Reprodução/Instagram

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