Outros posts

Delegado da PF: “Nossa principal bandeira é a autonomia”

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), delegado Luciano Leiro, comentou...

presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), delegado Luciano Leiro, comentou sobre cortes no orçamento da PF e a PEC da Segurança nesta quarta-feira (30/7), durante entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria do Correio com a TV Brasília.

Em conversa com as jornalistas Samanta Sallum e Mariana Niederauer, Leiro destacou que a principal bandeira da ADPF é a autonomia administrativa e financeira para poder blindar a instituição de interferências políticas, independentemente de ideologia política. “A melhor forma de a gente garantir isso é termos autonomia, ter um mandato para diretor-geral para que ele seja blindado. Para que a Polícia Federal seja efetivamente blindada e o diretor-geral poder, por exemplo, nomear os seus próprios subordinados”, emendou. 

Para o delegado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, não traz benefícios significativos e apresenta um grande problema ao criar uma nova polícia com competências que se sobrepõem às da Polícia Federal, podendo gerar duplicidade de ações em vez de reforçar as unidades já existentes da PF. 

“Falta conversar mais. O que faltou desde o início foi conversar com as pessoas que trabalham com a segurança pública”, frisou Leiro. Ainda sobre a criação da PEC, ele enfatizou que pessoas que não atuam na segurança pública não deveriam compor o Conselho Nacional de Segurança Pública. 

Apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovada na Câmara no último dia 15, por 43 votos a 23, a PEC da Segurança prevê mudanças na política de segurança pública e, em agosto, será analisada por uma comissão especial da Câmara.

Carreira

O presidente da ADPF comentou também no programa sobre a Polícia Federal estar perdendo atratividade e lembrou que o número de inscritos no concurso da corporação foi menor que o esperado. Também lamentou que policiais de cargos altos estejam trocando de emprego. “Comparando com delegados de Polícia Civil dos estados, com o Judiciário, com o Ministério Público, com a Receita Federal, com a AGU, ou seja, pegando todas as forças que atuam na persecução penal e na fiscalização, a gente vê que a Polícia Federal está cada vez mais para baixo”, apontou. 

Leiro disse ainda que a ADPF não é favorável ao decoro em relação ao foro por prerrogativa de função, mas que, enquanto ele existir, é preciso uma definição clara sobre a presidência do inquérito nos tribunais superiores.

“A Constituição quando fez a questão da persecução penal colocou de forma separada. A Polícia Judiciária faz a investigação, o Ministério Público vai atuar com a sua ação de pareceres e de denúncia, e o Judiciário para julgar. E está havendo uma confusão, está ocorrendo uma mistura de papéis”, explicou. 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp