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Corregedoria apura e lista de deputados tem chance de aumentar

O número de deputados com chances de serem punidos pelo motim bolsonarista na...

O número de deputados com chances de serem punidos pelo motim bolsonarista na Câmara dos Deputados corre o risco de aumentar. Isso porque o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) encaminhou à Corregedoria Parlamentar representações contra 14 parlamentares, mas há, entre elas, pedidos de que a Câmara apure, inclusive utilizando imagens do sistema de segurança, quem foram os congressistas que descumpriram a decisão de desobstruir o plenário.

Ao Correio, o corregedor da Casa, deputado Diego Coronel (PSD-BA), disse que pretende se reunir com Hugo Motta, hoje, para conversar sobre a análise das representações, já que foram encaminhadas diretamente pela Mesa Diretora. O presidente da Câmara tem compromissos na Paraíba ao longo do dia e deve chegar a Brasília apenas no fim da tarde. Também está prevista para esta segunda-feira a notificação do corregedor para que emita um parecer sobre as representações em até 48 horas.

A partir da notificação oficial, Diego Coronel vai mobilizar as equipes técnicas à sua disposição para responder aos pedidos até quarta-feira. Uma das representações foi apresentada pelo deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ). “Não se está aqui pedindo cassação ou pena desproporcional. O que se propõe é a urgente e correta punição de atos indecorosos e de frontal ataque à honra desta casa legislativa. Em outras palavras, assim como a CLT prevê punições a atos de indisciplina e insubordinação, esta casa legislativa tem o dever de punir atos que desonram o parlamento brasileiro”, argumentou em seu pedido.

O parlamentar pediu para que a Polícia Legislativa Federal seja oficiada para recolher material em vídeo para identificar quais parlamentares participaram da ocupação. Os requerimentos apresentados pelos líderes de partidos governistas contra congressistas específicos também pedem a realização de oitivas com testemunhas e a utilização de imagens do circuito interno de câmeras da Casa para apurar os fatos.

Os deputados que figuram na lista de possíveis punições são: Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Carol de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marco Feliciano (PL-SP), Marcos Polon (PL-MS), Nikolas Ferreira (PL-MG), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Zucco (PL-RS) e Zé Trovão (PL-SC). Desses, Carol de Toni, Van Hattem e Sóstenes são líderes partidários (oposição, Novo e PL, respectivamente).

Na quarta-feira, o Correio acompanhou a tentativa de desobstrução do plenário, que também foi registrada pela TV Câmara em transmissão ao vivo. O grupo que impediu o presidente Hugo Motta de chegar à cadeira da presidência da Câmara foi maior que os 14 representados. Quando o presidente entrou no plenário, depois das 22h, o grupo — que incluía deputados que não foram citados em representações — se aglomerou em torno da Mesa Diretora e impediu, por seis minutos, sua chegada à cadeira.

Ontem, o líder do Novo, Marcel van Hattem, classificou o resultado da mobilização como “fantástico” pelos “acordos que foram construídos”. Citou como exemplos a anistia e também o avanço do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes no Senado, onde a oposição também ocupou o plenário.

“Foi um sucesso. Eu quero, por isso, agradecer aos meus colegas, agradecer pela solidariedade que estamos recebendo. Todos nós, obviamente, em virtude dessa perseguição absurda que estão fazendo contra nós em virtude de uma ação que foi bem-sucedida”, disse em um vídeo publicado em seu perfil no X. O parlamentar afirmou que não teme a possibilidade de punição e que é vítima, assim como seus colegas, de perseguição, já que o motim foi realizado, segundo ele, dentro dos limites legais.

“Eu não vou me intimidar. E nós todos, nenhum de nós, da oposição, vai se intimidar. Não é o nosso perfil. Aliás, quando nós entramos para esta estratégia, já sabíamos que poderia acontecer o pior, que é essa injustiça agora que estão tentando promover contra nós. Até mesmo nos suspendendo de nossos mandatos. (…) O que foi feito lá está dentro de tudo o que se espera de uma obstrução de uma oposição. Eu faria tudo de novo, está tudo dentro daquilo que é nosso direito”, afirmou.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto:  Zeca Ribeiro/Agência Câmara

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