Outros posts

Conafer diz que presidente investigado por fraudes no INSS vai se apresentar à PF

A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) afirmou que...

A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) afirmou que seu presidente, Carlos Roberto Ferreira Lopes, deve se apresentar à Polícia Federal nos próximos dias. Ele é alvo de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal e não foi localizado na última quinta-feira (13/11), durante a operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes envolvendo descontos indevidos em contracheques de aposentados e pensionistas do INSS.

Em nota, a entidade rejeitou a classificação de “foragido” e disse que Lopes encontrava-se em viagem a uma região de difícil acesso, com pouca comunicação. Segundo a Conafer, a ausência de contato não decorre de tentativa de evasão, mas de limitações circunstanciais. A instituição reforçou que o dirigente “sempre se colocou à disposição” para colaborar com as autoridades e que ele já estaria em processo de retorno para se apresentar assim que tiver acesso aos autos.

A operação Sem Desconto levou à prisão de nove pessoas e colocou a Conafer no centro das apurações da PF, que aponta a existência de uma organização criminosa estruturada em três núcleos: comando, financeiro e político. Segundo os investigadores, Lopes liderava o núcleo de comando, responsável pela articulação das fraudes e pela interlocução com agentes públicos para manter o convênio com o INSS.

A Polícia Federal afirma que a confederação mantinha planilhas de repasses ilícitos destinados a diretores do INSS e a políticos, identificados por apelidos. As investigações também revelaram que, dos R$ 708,2 milhões repassados pelo INSS à Conafer, cerca de R$ 640 milhões teriam sido desviados a empresas de fachada e operadores financeiros ligados ao grupo. Para a PF, mais de 90% da receita da entidade era canalizada para firmas sem estrutura real ou empregados.

O inquérito aponta que o pagamento de propinas tinha como objetivo garantir proteção política e evitar fiscalizações que pudessem comprometer o esquema. A PF sustenta que a manutenção do convênio dependia dessa interlocução ilegal, o que teria permitido a continuidade das fraudes ao longo dos anos. Lopes preside a Conafer desde 2011 e já foi detido em setembro por falso testemunho ao depor na CPMI do INSS, sendo liberado após pagar fiança de R$ 5 mil.

A confederação reitera que acompanha todas as etapas do processo com transparência e que permanece à disposição das autoridades. A entidade afirma que espera a apresentação voluntária de seu presidente nos próximos dias, reforçando que “não há qualquer tentativa de ocultação ou resistência à atuação estatal”.

Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Reprodução/Youtube TV Câmara

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp