A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta global sobre o risco de uma nova epidemia de chikungunya. Segundo a entidade, os sinais atuais lembram os observados há cerca de 20 anos, antes de um grande surto da doença. A preocupação se intensifica com os dados registrados no Brasil em 2025, que apontam aumento expressivo de casos em várias regiões.
No Centro-Oeste, os números já superam em sete meses os registros de todo o ano anterior: foram 35.592 casos e 42 mortes em 2024 contra 63.341 infecções e 69 óbitos até julho de 2025. O Sul também apresentou forte crescimento, saltando de 1.313 para 8.809 ocorrências no mesmo período, além de 13 mortes registradas este ano, contra nenhuma em 2024. No Norte, os casos passaram de 2.715 para 5.833, com o mesmo número de óbitos: 1.
Combate
Diante do cenário, tecnologias inovadoras têm sido destacadas no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da chikungunya, dengue, zika e febre amarela. Uma das soluções é o “Aedes do Bem”, da Oxitec, que utiliza mosquitos autolimitantes para reduzir a população do vetor. A técnica já mostrou eficácia de supressão superior a 90%. Apenas machos são liberados no ambiente e, ao acasalarem, transmitem aos descendentes a característica que impede a sobrevivência das fêmeas, responsáveis pela transmissão do vírus.
Outro método promissor é o uso da bactéria Wolbachia, capaz de reduzir a transmissão de arboviroses. Em um projeto-piloto realizado em 2020 em Niterói (RJ), bairros onde a população de mosquitos com Wolbachia se estabeleceu, tiveram 56% menos casos de chikungunya em comparação às áreas de controle. Especialistas defendem a ampliação dessas iniciativas como estratégia para conter a escalada da doença.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Raul Santana/FioCruz