A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), participou neste domingo (6/4) da manifestação em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O protesto, que ocorreu em São Paulo por volta das 14h, tinha como figura central o ex-presidente Jair Bolsonaro e reúne apoiadores de diferentes estados.
A manifestação é vista como mais um movimento de pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz os julgamentos de centenas de réus acusados de participação na tentativa de golpe e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Aliada de longa data do bolsonarismo, Celina viajou de Brasília à capital paulista para integrar a comitiva de representantes estaduais que estarão ao lado de Bolsonaro durante o evento. A informação sobre foi dada em primeira mão pela CNN.
Apesar de já ter classificado os acontecimentos do 8 de janeiro como “vandalismo”, a vice-governadora demonstra alinhamento com o discurso de setores da direita que pedem anistia aos envolvidos, sob o argumento de que muitos teriam sido presos injustamente ou de forma excessivamente dura.
Celina Leão esteve diretamente envolvida na resposta institucional aos ataques de 8 de janeiro. À época, com o afastamento temporário do governador Ibaneis Rocha (MDB) por decisão do STF, coube a ela assumir o comando do Governo do Distrito Federal. Durante pouco mais de dois meses, ela esteve à frente da gestão da capital federal e acompanhou de perto a reconstrução e reparação dos danos causados na Esplanada dos Ministérios.
Agora, mais de um ano após os atos, a vice-governadora volta ao centro do debate político ao lado do ex-presidente, reforçando também a presença feminina no protesto — uma estratégia vista como tentativa de ampliar o apelo popular do movimento.
Amiga próxima da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Celina tem se consolidado como uma das lideranças femininas mais influentes dentro do campo bolsonarista. Sua participação no ato em São Paulo é vista por analistas como parte de um movimento de fortalecimento de sua imagem nacional, já mirando o cenário eleitoral de 2026.
A expectativa é de que Celina volte a assumir o comando do Governo do DF em abril de 2026, quando Ibaneis Rocha deve se desincompatibilizar do cargo para disputar uma vaga no Senado. O gesto em São Paulo, portanto, pode ser lido como um passo estratégico em direção à consolidação de sua futura gestão.
Por Fernanda Strickland do Correio Braziliense
Foto: Reprodução/Redes Sociais / Reprodução Correio Braziliense