O número de casos de dengue no Distrito Federal teve um aumento alarmante em 2024. De acordo com boletim epidemiológico divulgado, nesta quinta-feira (2/1), pela Secretaria de Saúde (SES-DF), foram notificados 278.301 casos prováveis da doença, um salto de 525,6% em relação a 2023, quando foram registrados 44.483 ocorrências. Além do crescimento expressivo de infecções, o impacto letal foi devastador. As mortes dispararam de 24, em 2023, para 440, em 2024, com as mulheres representando 52,7% das vítimas (232). Idosos com 80 anos ou mais contabilizaram 117 óbitos (26,6% do total).
Jovens de 20 a 29 anos foram a faixa etária com a maior taxa de infecção (9.971,9 a cada 100 mil habitantes). As cidades de Brazlândia, Varjão e Santa Maria tiveram os maiores índices de incidência, com 14.012,73, 12.713,06 e 12.359,90 notificações por 100 mil pessoas, respectivamente. Ceilândia liderou em casos — com 34.325 registros —, seguida por Samambaia (22.098) e Santa Maria (16.368).
Breno Adaid, especialista em dados quantitativos e estatística e professor da Universidade de Brasília (UnB), explicou que, no final de 2023, houve um aumento rápido e agressivo de casos no início do período das chuvas. “Este fator indicou a piora tremenda durante o restante do período das chuvas, fato que ocorreu e gerou a epidemia de dengue de 2024. É natural que os casos subam no período das chuvas por favorecimento do ambiente para a proliferação do mosquito”, disse.
Por Mila Ferreira, Carlos Silva e Henrique Sucena do Correio Braziliense
Foto: Pedro Santana/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense