A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta terça-feira (11/11), o julgamento do núcleo 3 da trama golpista que atentou contra o Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022. Segundo a defesa do coronel Márcio Nunes de Resende Júnior, a carta ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, durante a reunião dos “kids pretos” — supostamente referendada pelo réu —, era de conhecimento do Alto Comando da Força e estava pronta antes do encontro. A mensagem pressionava a cúpula do Exército a aderir ao movimento que pretendia manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Rafael Thomaz Favetti, defensor de Resende Júnior, argumentou que provas periciais demonstraram que a última modificação da carta ocorreu na manhã de 28 de novembro de 2022, data da reunião dos “kids pretos”. O advogado assegurou que o Freire Gomes e o também general Fernando Soares, comandante Militar do Sul à época, sabiam do conteúdo da carta.
“Nesse sentido, é ilógico dizer que a carta demandaria um referendo à noite daquele dia, já que seu alvo, o comandante do exército, já tinha tomado conhecimento do manifesto pela manhã”, disse.
A defesa disse, ainda, que a situação do réu era idêntica a de outros dois militares — o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães e o general Nilton Diniz Rodrigues —, que tiveram denúncias rejeitadas pela Primeira Turma por falta de indícios mínimos de autoria. Além disso, contraria a ideia de que Resende Júnior tivesse cargo estratégico com capacidade de pressionar o Alto Comando.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Rosinei Coutinho/STF







