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Bolsonaro nunca me deu ordens para desmobilizar manifestantes, diz Cid

Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid disse...

Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não discutiu com ele nenhuma ação de desmobilização de manifestantes em frente a áreas militares após a eleição de 2022.

Apoiadores do ex-chefe do Executivo se reuniram em acampamentos a partir de novembro de 2022. As bases eram formadas em frente a quartéis do Exército por diversos estados, e os manifestantes presentes expressavam descontentamento com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O movimento aconteceu antes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que miraram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.Play Video

“O presidente nunca deu nenhuma orientação para mim com relação aos manifestantes”, afirmou Cid, delator na ação penal sobre um suposto plano de golpe de Estado. O tenente-coronel era ajudante de ordens de Bolsonaro, uma função que classificava como a de “secretário executivo” do ex-presidente.

Em complemento à resposta ao questionamento do procurador-geral da República, Paulo Gonet, Cid disse que “dificilmente” uma ordem pela desmobilização partindo do Bolsonaro passaria por ele.

“Ele (Bolsonaro) sabia que eu não tinha contato com esse pessoal (manifestantes)”, acrescentou Mauro Cid.

Os acampamentos foram desmobilizados a partir do dia 9 de janeiro de 2023, por ordem do ministro do STF e relator do caso, Alexandre de Moraes. O ministro determinou um prazo de 24 horas para que os grupos responsáveis pelos acampamentos se retirassem.

Ainda sobre os acampamentos, Mauro Cid afirmou em depoimento nesta segunda-feira que o major Rafael de Oliveira, da tropa de elite do Exército, pediu R$ 100 mil ao tenente-coronel para manter os acampamentos.

Depoimentos

O STF realiza os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Ao todo, serão ouvidos oito réus:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.

Por Revista Plano B

Fonte CNN Brasil

Foto: Reprodução CNN Brasil

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