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segunda-feira, abril 7, 2025

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Bolsonaro diz que recebeu aviso divino para sair do Brasil em 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste domingo (6/4), que recebeu um aviso...

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste domingo (6/4), que recebeu um aviso divino para deixar o Brasil no fim de 2022 depois de ter perdido as eleições presidenciais. Durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), o político, que é réu por tentativa de golpe de Estado, voltou a dizer que se tivesse ficado no Brasil, teria sido preso em 8 de Janeiro de 2023, quando seus apoiadores destruíram as sedes dos Três Poderes pedindo uma ruptura democrática.

Chamou, ainda, a vitória de Lula de “golpe” e acusou o Judiciário de agir deliberadamente para que ele perdesse as eleições. “O golpe deles só não foi perfeito porque em 30 de dezembro eu saí do Brasil. Algo me avisou (disse, apontando para o alto) que alguma coisa ia acontecer. Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de Janeiro. E estaria apodrecendo na cadeia até hoje ou até mesmo assassinado por esses mesmos que botaram esse vagabundo na Presidência”, afirmou.

Durante seu mandato, o ex-presidente questionou o resultado das eleições de 2018 (em que venceu) e levantou dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral. Esse foi, inclusive, o motivo de ter se tornado inelegível em um dos processos julgados pela Justiça Eleitoral, já que, ainda no cargo, Bolsonaro convocou embaixadores para atacar o sistema eleitoral.

Neste domingo, o discurso sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mudou. De olho em 2026, Bolsonaro disse que o TSE terá um perfil “completamente de isenção” — o presidente será o ministro Nunes Marques, indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020. Segundo o ex-presidente, em 2026 será possível confiar no resultado da eleição.

“No ano que vem, o TSE terá um perfil completamente de isenção e podemos voltar a confiar nas eleições do ano que vem. O atual sistema busca cada vez mais tirar da cédula eleitoral do ano que vem as lideranças de direita. O (governador Ronaldo) Caiado (União Brasil-GO) está aqui inelegível, vai recuperar a elegibilidade dele, se Deus quiser. Eu estou inelegível porque me reuni com embaixadores”, destacou.

Ato pró-anistia

A tônica do ato foi o pedido por anistia aos presos pelo 8 de Janeiro. O texto, que a oposição tenta fazer tramitar no Congresso, pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que ele é apontado pela Procuradoria-Geral da União (PGR) e pela Polícia Federal (PF) como o líder da intentona golpista que resultou no 8 de Janeiro.

Neste domingo, Bolsonaro voltou a dizer que a liberdade é mais importante que a vida e afirmou que os governistas já perderam a guerra quando o assunto é anistia. “Quanto à anistia, eles já perderam essa guerra. A grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças e agora se socorre da nossa Câmara Federal, do Senado Federal para fazer justiça. E a anistia é competência privativa do Congresso Nacional. Caso eles votem, o projeto seja sancionado ou promulgado no caso de veto, vale a anistia”, disse.

“Nós estamos aqui principalmente impulsionados pelo episódio da Débora (Rodrigues dos Santos)”, disse o ex-presidente, referindo-se à cabeleireira que pintou de batom a Estátua da Justiça durante os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. Durante sua fala, Bolsonaro chamou familiares da mulher, que já está em casa depois de o STF conceder-lhe prisão domiciliar.

“Se a missionária (mãe de Débora) chora pela ausência de sua filha, imagine o quanto chora Débora por seus filhos de 10 e 7 anos de idade. (…) Débora já foi para a domiciliar, mas já há dois votos: Alexandre de Moraes e Flávio Dino para condená-la a 14 anos de prisão”, afirmou Bolsonaro.

“Eu não tenho adjetivo para qualificar uma mãe de dois filhos a uma pena tão absurda por um crime que ela não cometeu. Só um psicopata para dizer que o que aconteceu em 8 de Janeiro foi uma tentativa armada de golpe militar”, continuou.

Discurso em “inglês”

O ex-presidente falou, ainda, sobre o caso de um pipoqueiro que participou do 8 de Janeiro cujo processo está no STF. “Eles já formaram maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe de Estado armado. É inacreditável o que acontece. Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação. Mas quero dar um recado aqui para o mundo e depois eu faço a tradução para vocês”.

Depois leu um texto, em inglês, onde, apesar das falhas na pronuncia, disse não haver crime no caso dos dois. Na sequência, de volta ao português: “Ou seja: sorveteiro e pipoqueiro dando golpe de Estado no Brasil. É uma vergonha cometer esses dois por um crime que não existiu”.

Por Israel Medeiros do Correio Braziliense

Foto: Reprodução/YouTube / Reprodução Correio Braziliense

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