Viajar de avião pode ser emocionante, mas também se transforma facilmente em um pesadelo quando o assunto é bagagem. Basta um volume fora das medidas ou um item proibido para transformar a passagem econômica em um gasto inesperado.
Com as mudanças frequentes nas políticas das companhias aéreas, estar bem informado é essencial para evitar contratempos no embarque.
Seja para um bate-volta de final de semana com apenas uma mochila ou para uma temporada mais longa com mala despachada, entender o que pode e o que não pode levar a bordo ajuda a economizar e, principalmente, a não perder tempo no aeroporto.
Neste guia, explicamos tudo o que você precisa saber sobre bagagem de mão e despachada, com base nas regras atualizadas da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e nas políticas das principais companhias aéreas que operam no Brasil, como Latam, Gol e Azul.
Bagagem de mão tem regra, sim
A bagagem de mão é aquela que o passageiro leva consigo na cabine do avião –e ela tem limite de tamanho e peso. Desde 2019, as regras foram padronizadas pela Anac: o volume principal pode ter até 55 cm de altura, 35 cm de largura e 25 cm de profundidade, incluindo alças e rodinhas. O peso máximo permitido é de 10 kg.
Além da mala ou mochila principal, as companhias permitem um item pessoal, como bolsa pequena, pasta para notebook ou sacola com produtos do duty free. Mas atenção: o item pessoal precisa caber sob o assento da frente e não pode ser um segundo volume grande.
Algumas empresas, como a Gol e a Latam, passaram a reforçar a fiscalização do tamanho e peso das bagagens de mão, principalmente em voos com alta ocupação. Se sua mala ultrapassar as medidas, ela será despachada no portão de embarque –e isso pode gerar uma taxa salgada.
Despachar bagagem exige planejamento
Já a bagagem despachada é aquela que vai no porão do avião. As companhias geralmente permitem malas de até 23 kg por volume, com dimensões máximas de 158 cm lineares (soma de altura, largura e profundidade).
Na maioria das tarifas básicas, como as promocionais, esse serviço não está incluso, e o valor para despachar pode variar bastante: se comprado antecipadamente, o custo gira em torno de R$ 110 a R$ 145 por trecho (voos nacionais). Mas se você deixar para pagar no balcão do check-in, a cobrança pode ultrapassar os R$ 200. Em voos internacionais este valor pode chegar a US$ 100 (cerca de R$ 570).
Para evitar sustos, o ideal é simular a compra da passagem já com o serviço incluso e comparar. Em alguns casos, vale mais a pena optar por uma tarifa que já inclua bagagem despachada do que pagar por fora depois.
A balança é sua melhor amiga
Seja bagagem de mão ou despachada, exceder o peso permitido pode gerar taxas extras por quilo excedente. Tenha sempre uma balança portátil em casa –esses modelos custam a partir de R$ 30 e evitam dores de cabeça.
A Anac determina que o passageiro tem o direito de acompanhar a pesagem da mala e pedir a conferência em outra balança, caso desconfie da precisão. Isso vale, principalmente, se você estiver perto do limite permitido.
Lembre-se de que, em caso de excesso, pode ser mais barato despachar uma segunda mala com até 23 kg do que pagar o adicional por quilo excedente.
Não é só o peso que importa
Itens proibidos também são um ponto de atenção. Líquidos acima de 100 ml e objetos cortantes (tesouras, canivetes, alicates) não podem ir na bagagem de mão.
Já na bagagem despachada, é preciso ter cuidado com eletrônicos, objetos de valor e documentos –eles devem sempre ir na cabine. Caso algum item de valor seja perdido ou danificado, a companhia pode se isentar de responsabilidade, alegando que o objeto não deveria estar no porão.
Fique de olho nas conexões e nas companhias
Se sua viagem tiver voos operados por diferentes empresas — especialmente internacionais —, as regras podem mudar. Algumas companhias internacionais permitem bagagem de mão com até 12 kg ou oferecem franquias de bagagem despachada mesmo nas tarifas mais econômicas.
Ao emitir passagens com conexões, verifique qual empresa será responsável pelo trecho e quais regras serão aplicadas. E sempre que possível, use a mesma companhia em todo o trajeto para evitar confusão com franquias e limites.
Viajar leve é uma arte (que compensa)
Se sua viagem for curta, considere embarcar apenas com a bagagem de mão. Além de economizar na tarifa, você ganha tempo ao evitar filas de check-in e de retirada de bagagem. Mas isso exige organização: aposte em roupas versáteis, escolha calçados curinga e use a técnica de enrolar as peças para ganhar espaço.
Outra dica valiosa é usar as roupas mais pesadas no corpo (como casacos ou botas) e carregar itens pesados no item pessoal, desde que dentro do limite.
Se der problema, você tem direitos
Caso sua mala seja extraviada, danificada ou chegue com atraso, a Anac garante que o passageiro tem direito a compensações. A empresa deve localizar e entregar a bagagem em até sete dias em voos domésticos e 21 dias em voos internacionais.
Passado esse prazo, o passageiro tem direito à indenização. Se a mala for danificada, o ressarcimento deve incluir o conserto ou substituição do item. E não esqueça: registre tudo por escrito, de preferência ainda no aeroporto.
Entender as regras de bagagem antes de viajar é tão importante quanto checar a validade do passaporte ou o horário do voo. Com um pouco de planejamento e atenção, dá para evitar os gastos desnecessários e os transtornos mais comuns nos aeroportos. Afinal, ninguém quer começar uma viagem lidando com taxas surpresa ou correndo atrás de mala extraviada.
Por Revista Plano B
Fonte Catraca Livre
Foto: iStock/Marcin Kilarski