O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou, ontem, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e disse que o parlamentar instiga os Estados Unidos contra o Brasil. “Não dá para eu ver, todos os dias, um deputado federal, do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país. Nunca falei sobre isso, mas está na hora de começar a falar. Não dá para aceitar todas essas agressões calado”, afirmou em discurso no plenário.
Alcolumbre disse que os Estados Unidos “ofendem o Brasil” todos os dias. As declarações vieram depois de senadores de oposição comentarem caso envolvendo o historiador Eduardo Bueno, que integra conselho do Senado e publicou vídeo comemorando a morte do influenciador americano Charlie Kirk. Alcolumbre disse que queria ele mesmo ter demitido Bueno.
O senador aproveitou a fala para criticar a polarização da direita e da esquerda e ressaltou que “todo mundo está passando um pouco dos limites adequados à boa convivência”. “Fica um de um lado falando que o Brasil é dos brasileiros e, do outro lado, fica um nos Estados Unidos dizendo que o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, vai enviar novas sanções ao Brasil, ao Parlamento, às autoridades, ao Judiciário, ao Executivo, colocar tarifa, cobrando e atrapalhando o Brasil”, comentou.
Ele ainda se defendeu da ausência do Senado na terça-feira, quando alegou ter tido uma indisposição estomacal. Segundo Alcolumbre, outros parlamentares o acusaram de não ir para fugir de questionamentos sobre projetos defendidos pela oposição. “Ontem, uma autoridade importante questionou minha ausência no plenário do Senado: ‘Porque tinha alguns dias que o presidente Davi estava com medo com as manifestações populares da rua’. E estou o tempo todo pedindo calma, ponderação, equilíbrio. Não preciso avisar todo mundo, porque eu estava doente”, declarou.
Ofensas e agressões
O parlamentar também destacou que, todos os dias, aparecem pessoas com problemas, ofensas e agressões e que essa situação dificulta o andamento da pauta da Casa. Citou a ocupação da Mesa do Senado, promovida por senadores de oposição, e a defesa de um projeto de anistia.
“Na volta do recesso parlamentar, encontrei senadores acorrentados na Mesa do Senado. Estamos com muitos problemas ao mesmo tempo, daqueles que falam que vão obstruir 24h por dia para não votar nada, daqueles que não querem votar legislação, porque ficam se atendo aos debates, seja do Judiciário, seja de impeachment de ministro do Supremo, seja de anistia”, criticou.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado